Meninos e meninas menores de idade que acessam a plataforma de jogos Roblox, que costuma simular cenários reais na web, agora também têm sido expostos a ambientes virtuais que reproduzem pontos de venda de drogas, armas e prostituição, segundo investigação do UOL.
A reportagem acompanhou cinco servidores do jogo e constatou que a reprodução desses locais expõe crianças a contextos impróprios. A reportagem observou simulações de trocas de tiros, uso de drogas como lança-perfume e maconha, além de consumo de cigarros e álcool. Também foram identificados avatares, chamados de skins, que simulavam serviços sexuais ou a venda de conteúdo adulto em troca de “Robux”, a moeda da plataforma.
Raul, pai de um menino de 11 anos, relatou que descobriu a exposição do filho a um desses ambientes virtuais.“Você tinha que fazer algo, como assaltar um banco, para ser promovido. Meu filho é muito aberto comigo, mas fiquei preocupado. Vi que ele teve contato com um monte de informação, entendeu como funciona o crime, as funções, o que é um aviãozinho”, contou a reportagem.
No ano passado, uma mãe afirmou ter detectado a presença de facções criminosas como PCC e CV dentro do Roblox e relatou ter visto o filho simulando compras de armas em um servidor. “Aqui você pode seguir sua carreira como policial ou até mesmo como bandido”, descreveu.
Atualmente, a plataforma conta com cerca de 40 milhões de metaversos. Do total de 118,8 milhões de usuários ativos, 39% têm menos de 13 anos. Procurada, a empresa norte-americana informou que está investigando o caso.
“Temos o compromisso de criar uma experiência segura e positiva para nossos usuários e contamos com políticas rigorosas para proibir conteúdos ou comportamentos que possam ser inapropriados ou prejudiciais. Trabalhamos incansavelmente para aprimorar nossos sistemas, processos e políticas de segurança que apoiam nossa missão de construir a plataforma mais segura e civilizada para todos”, disse a empresa.
