Dois microônibus se envolveram em um acidente na Avenida Dorival Caymmi, em Itapuã, orla de Salvador, no início da manhã desta sexta-feira (1º). Os veículos estavam cheios e a colisão ocorreu no momento em que um deles parou para desembarque de passageiros.
O acidente ocorreu perto da feira livre do bairro e deixou o tráfego lento na região. A Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador) informou que uma equipe do órgão foi enviada para ordenar o fluxo no local.
Com o impacto da batida, algumas pessoas ficaram levemente feridas e uma mulher chegou a desmaiar, por causa do susto. Ela foi reanimada pelos próprios passageiros, que acionaram uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Um dos veículos não tem identificação e passageiros disseram que faz transporte clandestino. O outro é da cooperativa Cooperlotação e faz parte do sistema complementar. O motorista da van que parou à frente informou que o segundo não viu a parada e colidiu em seguida, na parte traseira.
Já o condutor do automóvel dito pelos passageiros que não tem registro afirmou que o primeiro parou longe do acostamento, para desembarque de uma pessoa. Como o segundo estava muito próximo, não houve tempo de frear.
“Eu parei na Nova Brasília, na Água Suja, ele já me fechou. E aqui ele parou o carro no meio da rua, antes do ponto, para poder descer passageiro. Se ele tivesse parado o carro encostado [no ponto de ônibus] teria acontecido isso? Eu vinha na velocidade normal. Mas ele simplesmente ligou o alerta e parou o carro para descer o passageiro. Eu reduzi a velocidade, mas houve a pancada”, disse.
‘Guerra’ por passageiros
Passageiros reclamam que há uma disputa entre motoristas de veículos de cooperativa e até clandestino, para tentar pegar o maior número de clientes possível por viagem. Segundo eles, o acidente pode ter sido provocado porque o primeiro não deu passagem ao outro, justamente para que ele não “roubasse” os passageiros no próximo ponto de ônibus.
“ É a guerra dos passageiros. É um fechando a passagem do outro. Eu estava no fundo e tomei uma pancada na cabeça. Fica aquela disputa dos passageiros, todo dia é isso aí”, disse uma mulher, que estava dentro de um dos veículos envolvidos na batida.
O motorista que dirigia o microônibus do transporte complementar acrescentou que esse é um problema antigo, que existe há mais de 30 anos. De acordo com ele, os veículos clandestinos muitas vezes são alugados e, para conseguir pagar o valor da diária, é preciso aumentar a produtividade, para arcar todos os custos e conseguir o lucro ao final do expediente.
“Você tem que produzir, botar o diesel, pagar o cobrador, e para de noite para pagar o dono do carro. Para você pagar isso tudo, tem que levar o seu também”, comentou.
G1 Bahia.