Empresário baiano suspeito de elo com o PCC é processado pela Shell

Preso na Operação Primus no último dia 16, por suspeita de participação em um esquema de lavagem de dinheiro e adulteração de combustíveis na Bahia, o empresário Jailson Couto Ribeiro, conhecido como Jau Ribeiro, está sendo processado pela Raízen, distribuidora da Shell no Brasil, por uso irregular da marca.

Publicidade

A investigação da Polícia Civil da Bahia aponta que Jailson fez parceria com Mohamad Hussein Mourad, empresário suspeito de integrar o PCC, para vender combustíveis no estado. No último ano, ele deixou de comprar combustíveis da Shell, mas ainda usava a bandeira em seus postos. A informação é do Uol.

Um dia depois da prisão preventiva de Jau, a Shell entrou com um processo contra duas empresas suas, pedindo que a Justiça as obrigue a retirar todas as características visuais da Shell em seus postos.

A Shell considera que o empresário quebrou o contrato de exclusividade, além de provocar dano à imagem da empresa devido à operação policial.

Ao Judiciário, a empresa afirmou que, “em flagrante e reiterado descumprimento contratual”, as empresas de Jau cessaram a aquisição de produtos da Shell, adquirindo produtos de outras distribuidoras.

“O ponto mais grave, contudo, é que, mesmo violando a exclusividade e estando em débito, as rés continuam a ostentar a marca Shell em seus postos. Tal prática não apenas viola o contrato, mas também induz o consumidor a erro, configurando propaganda enganosa”, disseram os advogados da Raízen.

A ação ainda será analisada pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).

Jau, que concorreu ao cargo de prefeito em Iaçu nas eleições de 2020, é conhecido por ser um dos maiores revendedores da Shell na América Latina e proprietário de uma rede de postos de combustíveis no estado.

Na operação, além dele, outros cinco mandados de prisão foram cumpridos — três na Bahia, um em São Paulo e um no Rio de Janeiro. A Justiça também determinou o bloqueio de bens que somam R$ 6,5 bilhões.

As investigações apontam que cerca de 200 postos de combustíveis estavam ligados a um grupo criminoso responsável por estruturar e expandir uma rede de adulteração e comercialização irregular de gasolina, além de lavagem de dinheiro.

Segundo a Polícia Civil, a quadrilha utilizava os postos como instrumentos para ocultação patrimonial, dificultando o rastreamento de valores por meio de fraude fiscal.