Referência em graduações como Canto, Composição e Regência, Instrumento, Música Popular; a Escola de Música da UFBA (EMUS), ou “Escola de Todas as Músicas”, segundo José Mauricio Brandão, de 54 anos, diretor da instituição; conquistou o título de Melhor Universidade de Música do país. Este título foi conferido pelo Prêmio Profissionais da Música (PPM) neste mês. Essa é a primeira vez que o Prêmio Profissionais de Música, que está em sua sétima edição, teve uma categoria específica para a Educação. A Escola da UFBA se sagrou, à frente de outras quatro instituições finalistas.

A Escola da UFBA se sagrou, à frente de outras quatro instituições finalistas, a melhor Universidade de Música do país, em subcategorias como Cursos, Literatura e Projetos de Pesquisa. A Emus também foi destaque na subcategoria Professor Universitário de Canto, com a professora de Música Popular desde 2010, Ana Paula Albuquerque.

José Mauricio Brandão, de 54 anos, diretor da Escola de Música da UFBA, diz que o prêmio é uma alegria para a instituição de ensino, principalmente no momento de renascimento cultural e humano vivenciado pela EMUS. “É fruto da resistência, da persistência, do foco na qualidade socialmente referenciada, na constante pluralidade, na construção de uma Escola de Excelência”, diz o diretor.

Em momento de restrições financeiras para a universidade pública, a conquista do prêmio é um fator simbólico para José. “Mesmo diante de todas as adversidades e ataques diversos, no momento de retomada, celebramos tudo que precisamos criar, reinventar, acolher, dividir, dialogar, pluralizar”.

Filha de pianista e cantora do coral Madrigal, da EMUS; ambos egressos da Escola de Música da UFBA, a vice-diretora e professora na instituição de ensino, Maria Tereza Gondim, de 57 anos, se diz feliz e afirma que a conquista é fruto da pluralidade de ensino da instituição. “A Escola, como um todo, produz muita coisa em assuntos diversos. Temos aula de música afro baiana. Os alunos produzem muita coisa, já tivemos aula no Capão [localizado na Chapada de Diamantina]. Há música de Vanguarda, mas também muita música contemporânea”.

Segundo Maria, a EMUS tem como um dos principais objetivos futuros a educação inclusiva, como forma de tornar a universidade mais diversa. “Um olhar para o nosso tempo. Temos recebido alunos alemães, de intercâmbio. Estamos pensando também na educação abrangente e diversidade da comunidade baiana”. Com isso, Maria diz que a academia pretende promover maiores inclusões para estudantes portadores de deficiência visual, auditiva, negros e LGBTQIAP+. Além disso, a vice-diretora diz que em breve, a instituição terá um concurso com vagas para cinco professores.

De acordo com José, a Emus acompanha as mudanças sociais, mas preza pelo respeito às suas origens. “Como a sociedade é dinâmica e isso se mostra na pluralidade das suas manifestações artísticas e culturais, nossa função como universidade é combinar nossa função de centro formador, centro validador de saberes, guardiã da tradição, laboratório da inovação”, afirma.

“Tudo isso só é possível num ambiente de serenidade, diálogo constante, respeito inegociável. Quando a universidade se declara Republicana e Democrática ela afirma ser o ambiente onde preservamos a memória, agimos no presente, inovamos para o futuro sem descuidar ou priorizar nada nem ninguém. É o lugar da humanidade, e isso só é possível com tudo em todos”, completa.

De acordo com José, a Escola de Música da UFBA abriga seis cursos de Graduação. Duas Licenciaturas em Música (Presencial e EAD) e Quatro Bacharelados (Canto, Instrumento, Música Popular e Composição & Regência). Dois programas de Pós-Graduação, um deles Acadêmico (PPGMUS) e outro Profissional (PPGPROM). Diversos Cursos de Pós-Graduação Lato Sensu (Especializações). Cursos de Extensão no formato de Cursos Livres, que atendem desde a Musicalização de Bebês aos Grupos de Terceira Idade, formando em níveis iniciais, intermediário e médio.

Além disso, também há na EMUS, a UFBA Filarmônica, Grupo de Percussão da UFBA, Orquestra de Violões, Laboratório de Ópera e inúmeros grupos de Câmara mantém temporada anual que, somadas à produção discente, chega a uma média de 300 apresentações por ano. O diretor da instituição diz que atualmente está sendo desenvolvida uma parceria com o Instituto Federal da Bahia (IFBA) para criação de Cursos de Nível Médio em Música e, além disso, será iniciada uma produção do Laboratório de Ópera da para este próximo segundo semestre.

A Tarde