A esposa do operário João Marcos Moraes, que morreu ao cair do 10º andar de um prédio em obras no bairro de Armação, em Salvador, disse que o marido era pedreiro e não tinha treinamento para atuar na função de vistoria de fachada.
De acordo com Erica Moraes, há outras irregularidades e encarregados sem certificação trabalham no empreendimento. A empresa não confirmou as denúncias e afirmou que João Marcos tinha feito treinamento necessário para exercer a função.
“Há alguns meses colocaram ele nessa cadeirinha para fiscalizar fachada de prédio. Supostamente ele não tem treinamento e certificado para isso. Acredito que tenha que averiguar porque existem, supostamente, muitas irregularidades nessa empresa. Queixa de diversos funcionários, encarregados despreparados para estar exercendo as devidas funções”, disse a mulher.
O caso foi registrado pela 9ª Delegacia Territorial, no bairro da Boca do Rio. Segundo a Polícia Civil, a vítima despencou do prédio em construção, onde trabalhava, e o corpo foi encontrado no playground. Ainda não há detalhes se a corda onde ele estava se soltou ou se rompeu durante a execução do serviço.
Testemunhas disseram que João Marcos fazia o trabalho de fiscalização da fachada, mas outras informaram que ele lavava a fachada do prédio. A polícia apura as circunstâncias da morte.
Equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e do Corpo de Bombeiros foram acionadas para prestar socorro, mas encontraram o homem já sem vida no local da queda.
Segundo informações da EngeBahia, responsável pela obra, João Marcos trabalhava na empresa há seis anos. Ele era casado e deixa dois filhos pequenos – uma menina de quatro anos e um menino de sete meses.
As obras do prédio ficaram paradas paradas por cerca de 10 anos e foram retomadas em 2018. Ao todo, são 230 apartamentos no residencial, com duas torres de 14 andares.
A maioria dos imóveis já está vendida e o prazo de entrega é janeiro de 2022. Após a morte do operário, os trabalhos foram paralisados e não há previsão de retomada.
G1 Bahia.