A mãe de Williams Nogueira, jovem de 28 anos, que foi esquartejado, deu um depoimento forte em entrevista a Marcelo Castro, no programa Alô Juca da Piatã FM. Em meio à dor e indignação, ela relatou os momentos de desespero após o desaparecimento do filho, sequestrado na manhã do último sábado (15), em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador.
Willian, morador do Nordeste de Amaralina, participava de um grupo musical e frequentava uma casa de Candomblé há sete meses em Simões Filho. No fim de semana, ele saiu do terreiro para comprar água quando foi abordado por traficantes do Bonde do Maluco (BDM). De acordo com a mãe, o adolescente não tinha qualquer envolvimento com a criminalidade.
“Eu gerei, eu pari meu filho. Ele era educado, comunicativo, um bom menino. Foi uma covardia o que fizeram”, desabafou. Em um gesto de desespero, ela foi sozinha até a comunidade dominada pelo tráfico para tentar negociar a libertação do filho. “Fui às 4h30 da manhã, com a cara e a coragem. Eles disseram que meu filho estava vivo e que iriam devolvê-lo. Voltei pra casa esperando ele, mas ele não voltou.”
Segundo informações, Willian foi forçado a fazer o sinal do 3 com as mãos, símbolo da facção BDM, antes de ser brutalmente torturado e esquartejado. O corpo foi encontrado na segunda-feira (17), enterrado em duas covas rasas, em uma área de mata de difícil acesso na Barragem do Sossego.
O Corpo de Bombeiros realizou o resgate dos restos mortais, com apoio do Departamento de Polícia Técnica (DPT). O caso é investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Até o momento, ninguém foi preso. O enterro do jovem será realizado nesta terça-feira (18).



