O clima de tensão em Salvador se intensificou após o rompimento da aliança entre as facções criminosas Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC), anunciado nesta segunda-feira (28). A trégua, que havia sido firmada em fevereiro com o objetivo de fortalecer as organizações e pressionar o governo federal, chegou ao fim com um foguetório em diversos bairros da capital baiana e a divulgação de um comunicado que selou o encerramento da parceria.

Com o fim da aliança, o PCC assumiu o controle de diversas regiões que antes eram dominadas pela extinta Tropa do A, como Sussuarana, São Marcos, Pau da Lima, Jardim Cajazeiras, Cajazeiras XI e Cosme de Farias. A mudança de comando elevou os riscos de confrontos armados e represálias entre os grupos rivais.

Especialistas em segurança pública alertam que o final de semana pode ser marcado por um aumento expressivo na violência em Salvador. Homicídios, invasões, tiroteios e outros crimes podem ocorrer como reflexo direto da disputa por território. “Eles vão se atacar e o trânsito entre uma localidade e outra será dificultado, o que fará com que várias práticas delituosas ocorram nessas localidades”, avaliou o advogado Vinícius Dantas, especialista em Segurança e Criminologia.

O especialista também vê uma brecha para atuação mais incisiva do Estado. “É uma oportunidade para o Estado fazer seu trabalho porque elas vão estar enfraquecidas. A ostensividade da polícia precisa ser redobrada”, afirmou.

A Secretaria de Segurança Pública da Bahia ainda não divulgou um plano específico de ação, mas a expectativa é de reforço no policiamento em áreas com maior risco de conflito. Moradores das regiões afetadas vivem dias de incerteza e medo diante da possibilidade de uma nova onda de violência.