O Ministério Público (MP) Eleitoral de Minas Gerais apresentou, nesta terça-feira (8), uma denúncia pedindo a suspensão dos direitos políticos do deputado federal Nikolas Ferreira (PL) e do deputado estadual Bruno Engler (PL), após a divulgação de vídeos em que eles atacam o então prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, durante a eleição municipal de 2024.

Na peça, o MP diz que Nikolas e Engler praticaram “difamação” e divulgaram propaganda eleitoral com “fatos sabidamente verídicos” em alusão a um livro escrito por Fuad.

O deputado federal ainda é acusado de descumprir judiciais para remover o vídeo de suas redes sociais, ainda em outubro do ano passado, e “passou a debochar publicamente da decisão” judicial. Além da suspensão de direitos políticos, o MP solicita o pagamento de uma indenização por danos morais a instituições de caridade indicafas pela família de Fuad, que faleceu em março deste ano, após se reeleger à prefeitura.

Nos livros citados na denúncia, Nikolas e Engler criticam o livro “Cobiça”, escrito por Fuad em 2020. A obra ficcional narra a história de uma mulher que viaja ao interior de Minas Gerais e se reconecta com memórias antigas. Uma passagem do livro descreve uma cena de estupro coletivo de uma criança de 12 anos.

No vídeo, Nikolas, apoiador da candidatura de Engler à prefeitura de Belo Horizonte, acusa Fuad de escrever um “livro pornográfico” e que “o problema é quando a ficção vira a realidade”. No entanto, o MP entendeu que o deputado, “de forma leviana e injusta, conectou a obra de ficção a um evento real”, dando a entender que a gestão do ex-prefeito endossaria práticas ilícitas.