Na próxima quarta-feira (28), às 15h, o Sindicato dos Rodoviários da Bahia convoca sua categoria para uma assembleia na sede da entidade. O objetivo é deliberar sobre o indicativo de greve geral do transporte urbano de Salvador, já anunciado para começar na quinta (29), às 00h01.

Os rodoviários reivindicam reajuste salarial e melhores condições de trabalho, depois de três rodadas de negociação mediadas pela Superintendência Regional do Trabalho, sem proposta que atenda minimamente suas demandas. Em nota, o sindicato acusa as empresas de apresentar “contrapropostas que representariam retrocessos de direitos”.

Apesar do tom firme, a população soteropolitana já conhece bem esse roteiro: ameaças de paralisação, pressão nas negociações e, ao final, um acordo que sempre recai no bolso do usuário. Nos últimos três ajustes tarifários:

Novembro/2023: tarifa passou de R$ 4,90 para R$ 5,20;

Janeiro/2025: salto de R$ 5,20 para R$ 5,60;

(Em 2024 não houve reajuste, mas o subsídio de R$ 200 mi manteve o sistema estável sem melhorias reais.)

Cada negociação termina com recomposição de custos — e quem paga a conta é quem pega ônibus todo dia. Entre passes escolares, trabalhadores e usuários do transporte público, não há alívio: o famigerado “cálculo do aumento” invariavelmente sobra para o bolso do povo.

Na assembleia de quarta, o sindicato decidirá se confirma a greve. Enquanto isso, quem depende do transporte urbano já se preocupa com atraso, superlotação e, claro, o inevitável impacto no preço da passagem. A comunidade aguarda o desfecho, ciente de que, mais uma vez, o reajuste poderá recair sobre as finanças de quem mais precisa.