A tarifa de ônibus atual em Salvador custa R$ 5,60 e pode se tornar a segunda mais cara do país entre as capitais brasileiras com o novo aumento anunciado pelo prefeito Bruno Reis para 2026. O gestor baiano não informou qual será o novo valor, mas explicou que o custo real do sistema hoje já é de R$ 6,19 por passageiro. Ou seja, o reajuste da passagem deverá passar dos R$ 6.
O anúncio foi feito durante a coletiva de imprensa do terceiro dia do Festival da Virada, nesta segunda-feira (29). De acordo com o gestor da capital baiana, a Câmara Municipal aprovou um subsídio que evitou o reajuste no fim deste ano, mas não para 2026.
“Vai ter o reajuste na tarifa técnica e na tarifa pública e, em 2026, a gente vai ter que pagar o subsídio à diferença. Mas hoje isso é um contrato que regulamenta a concessão. Em todos os municípios são assim. Mas ainda vou me debruçar sobre isso”, declarou o chefe do Poder Executivo Municipal.
Ele esclareceu, em entrevista à imprensa, que existe um contrato de concessão que analisa o índice de Preços ao Consumidor – IPCA do período, a correção do diesel e determina esse reajuste. Para que se possa compreender melhor, o IPCA é usado para observar tendências de inflação. É calculado com base no preço médio necessário para comprar um conjunto de bens de consumo e serviços num país, comparando com períodos anteriores.
“O sistema é R$6,19. Isso significa o quê? Que cada passageiro transportado da Prefeitura está pagando 59 centavos. Aí você pega 14 milhões de passageiros o mês, multiplica por 0,59, multiplica por 12, você vai ver qual é a conta da prefeitura”, Bruno Reis revelou em cálculos.
O aumento da passagem de ônibus ocorre principalmente devido ao reajuste dos custos operacionais e à inflação acumulada. As empresas e prefeituras justificam o aumento como necessário para cobrir despesas e manter a qualidade do serviço. O reajuste anual é uma prática comum para alinhar o valor da passagem à realidade econômica e aos custos de manutenção do sistema de transporte público.
Os principais fatores que contribuem para o aumento do preço são:
Custos operacionais: O valor da tarifa é composto por diversos custos, como combustível (óleo diesel), manutenção dos veículos, salários dos funcionários (motoristas, cobradores, mecânicos, etc.) e compra de novos ônibus. O aumento de qualquer um desses insumos impacta o valor final da passagem.
Inflação: A inflação geral da economia corrói o poder de compra e aumenta o custo de vida, o que eleva os preços de todos os insumos e a necessidade de reajustes salariais, refletindo na tarifa.
Demanda de passageiros: Em sistemas onde as empresas são pagas por passageiro transportado, a diminuição no número de usuários — como ocorreu durante a pandemia de COVID-19 — pode levar ao aumento da tarifa para compensar a perda de receita.
Políticas públicas e subsídios: A ausência ou redução de subsídios governamentais (pagamentos feitos pela prefeitura ou estado às empresas para manter a tarifa mais baixa) faz com que o custo total da operação seja repassado diretamente ao passageiro.
Extensão da malha viária: Cidades com sistemas de transporte mais complexos, com maior extensão de linhas, têm custos operacionais maiores, o que também influencia o preço final da passagem.
Reajustes contratuais: Os valores são definidos em contratos de concessão pública, que estabelecem índices e períodos para o cálculo e reajuste das tarifas, garantindo o equilíbrio financeiro das operações.
Em suma, se a passagem passar a custar R$ 6,19, Salvador pode configurar entre as capitais com as tarifas de ônibus mais caras do Brasil, ultrapassando Porto Velho e Curitiba, e ficando atrás apenas de Florianópolis. Bruno Reis ainda não estipulou um prazo para a decisão final sobre o reajuste da tarifa de ônibus em Salvador, que segue em análise pela gestão municipal.
Confira, a seguir, o ranking atualizado das passagens de ônibus no país:
Florianópolis: R$ 6,90 (era R$ 6,00)
Curitiba: R$ 6,00
Porto Velho: R$ 6,00
Belo Horizonte: R$ 5,75 (era R$ 5,25)
Brasília: R$ 5,50
Boa Vista: R$ 5,50
Salvador: R$ 5,60 (era R$ 5,20)
São Paulo: R$ 5,00 (era R$ 4,40)
Aracaju: R$ 5,00
Cuiabá: R$ 4,95
João Pessoa: R$ 4,90
Natal: R$ 4,90 (era R$ 4,50)
Porto Alegre: R$ 4,80
Campo Grande: R$ 4,75
Vitória: R$ 4,70
Rio de Janeiro: R$ 4,70 (era R$ 4,30)
Manaus: R$ 4,50
Fortaleza: R$ 4,50
Goiânia: R$ 4,30
São Luís: R$ 4,20
Recife: R$ 4,30 (era R$ 4,10)
Belém: R$ 4,00
Teresina: R$ 4,00
Maceió: R$ 4,00
Palmas: R$ 3,85
Macapá: R$ 3,70
Rio Branco: R$ 3,50



