Um dos integrantes do Comando Vermelho mortos durante a megaoperação policial do último dia 28 foi Yago Ravel Rodrigues Rosário, conhecido como Ravel do CV. O jovem está na lista de 117 suspeitos mortos na ‘Operação Contenção’ realizada nos complexos da Penha e do Alemão, que terminou também com a morte de quatro policiais.
O nome de Ravel ganhou os noticiários de forma independente por causa dos sinais de crueldade em que foi executado. Ele teve a cabeça arrancada e pendurada em uma árvore na Serra da Misericórdia, área de mata onde ocorreu a maior parte dos confrontos e que divide os complexos.
A imagem chocante, que chegou a ser usada por uma banda para capa de um álbum, foi “associada” à polícia, que rebate a versão. As autoridades indicam que a cabeça de Yago tenha sido arrancada por rivais da própria facção para criar a narrativa de que os suspeitos mortos foram vítimas de uma operação ilegal.
Nesta quarta-feira (5), a colunista Mirelle Pinheiro, do portal Metrópoles, teve acesso ao laudo que detalha a causa da morte do jovem. Segundo as informações divulgadas, o documento mostra que o suspeito foi atingido por um tiro, que provocou ferimentos transfixantes no tórax e no abdômen, com intensa perda de sangue.
O detalhamento confronta a versão dos familiares de que o corpo não apresentava nenhuma marca de disparo de arma de fogo, já que acreditam ter sido uma execução após o jovem já ter sido rendido. Porém, de acordo com o laudo, ele teve a cabeça arrancada enquanto ainda apresentava sinais vitais.
“A perícia destacou a existência de infiltrações hemorrágicas compatíveis com atividade cardíaca prévia ao ato de decapitação. Ou seja, o jovem teve a cabeça cortada minutos após ser atingido pelo tiro”, diz a publicação, que ainda destaca que “o corte do pescoço não apresentou sangramento significativo, o que os peritos descrevem como indicativo de que o corpo já estava em processo de colapso circulatório no momento da decapitação”.
Por fim, o laudo descreve a causa da morte de Yago Ravel Rodrigues Rosário como um “resultado combinado dos ferimentos por arma de fogo e da secção cervical completa, que atingiu vasos e medula”.
Quem era Ravel do CV?
Com cerca de 2,2 mil seguidores nas redes sociais, o traficante costumava ostentar fotos com motos de luxo, como BMWs, além de fuzis e cigarros de maconha. Fonte policiais revelaram que Ravel fazia parte de um grupo armado que atuava na linha de frente da defesa do tráfico na região.
Mãe do soldado do CV, Rakhel Rios fez um forte desabafo na frente Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto. Ela afirmou que o corpo do filho não tinha marca de tiros e alega que ele foi espancado antes de ser decapitado.
Meu filho não teve marca de tiro. Cortaram a cabeça e botaram em uma estaca de troféu. Ele foi espancado e depois decapitado”, disse a mãe de Ravel.
