Policiais militares das Rondas Especiais (Rondesp) flagraram, na noite da última quarta-feira (7/4), um homem que se passava por policial civil, utilizando um veículo da Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA). O flagra ocorreu durante policiamento ostensivo com abordagem de trânsito, em uma localidade conhecida como pista da Barragem, em Cazajeiras, Salvador.

De acordo com a PM, durante a abordagem, os agentes localizaram alguns documentos de identificação que estavam em desacordo com as informações prestadas pelo rapaz. Com suspeita sobre a autenticidade e validade dos registros, os PMs conduziram o suspeito até a 13º Delegacia Territorial (DT). Lá, foi descoberto que se tratava de um ‘falso’ policial.

O rapaz, identificado como Diego Emanuel Carneiro dos Santos, confessou que é contratado pelo Regime Especial de Direito Administrativo (Reda) e serviu apenas como motorista do ex-delegado chefe da Polícia Civil, Bernardino Bruto Filho.

Com ele, a polícia encontrou uma cédula de identidade da PC-BA e um distintivo. Além disso, ao verificar a documentação do carro usado por ele durante a abordagem, a polícia comprovou que se tratava de uma viatura oficial da SSP-BA.

Em nota, presidente do Sindicato dos Policiais Civis da Bahia (SINDPOC), Eustácio Lopes, revelou que os casos de pessoas contratadas através de cargos comissionados, se passando por policiais civis, não é uma novidade dentro da instituição.

“Esses cargos comissionados que deveriam serem ocupados pelos policiais nas condenações de investigação, cartório e plantão, foram disponibilizados para beneficiar parentes e amigos de gestores, em detrimento dos Policiais Civis que combatem a criminalidade e arriscam suas próprias vidas”, diz trecho do comunicado.

Lopes também disse defender a realização de concurso público. “Não podemos permitir contratações indiretas, através de cargos políticos para setores tão estratégicos, a nova gestão precisa averiguar quem são esses agentes administrativos que maculam a imagem de uma instituição séria que é a Polícia Civil”, afirmou.