Após mais de 260 anos, Salvador pode voltar a ser a capital do Brasil. O deputado federal Leo Prates (PDT) apresentou um Projeto da Lei que prevê a transferência da capital federal para a maior cidade da Bahia de forma simbólica, uma vez ao ano.
A intenção do pedetista é homenagear a data que marca a Independência da Bahia, 2 de Julho. Como determina o texto, a medida não prejudica as atividades essenciais em Brasília (DF). Somente atos oficiais e simbólicos necessários devem ser realizados em Salvador.
A logística, segurança e infraestrutura da transferência serão responsabilidade do Executivo, em contato com os demais Poderes e autoridades do Estado da Bahia e do Município de Salvador.
Prates argumenta que a proposta, além de uma homenagem, se trata de resgate histórico, “garantindo que o protagonismo baiano seja devidamente reconhecido em nível nacional”.
“A presente proposição busca reconhecer e valorizar a fundamental importância histórica da Bahia e do seu povo na luta pela independência e formação do Estado-Nação brasileiro.”
Na Câmara, o texto aguarda distribuição para análise de comissões. Ao citar a transferência para Belém (PA) enquanto sedia a 30ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), o deputado afirma ter viabilidade e amparo constitucional para a execução do projeto.
Primeira capital
Salvador foi a primeira capital do Brasil entre os anos de 1549 e 1763. Com uma posição privilegiada, a cidade ocupou o posto ao longo de 214 anos, período de intensa extração de pau-brasil e exportação de açúcar.
Quando o ouro foi encontrado em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, Salvador perdeu o posto de porto mais importante. Desta maneira, a sede do governo é transferida para o Rio de Janeiro em 1763, com o intuito de fiscalizar as regiões de mineração durante o ciclo do ouro.



