Durante uma sessão de júri popular realizada na sexta-feira (25), no Recife, o réu Jorge Bezerra da Silva foi retirado do tribunal após ameaçar o promotor do caso e a irmã da vítima. Ele foi condenado a 29 anos e 8 meses de prisão em regime fechado pelo feminicídio de Priscilla Monnick Laurindo da Silva, sua ex-companheira.
O crime ocorreu em 2022. De acordo com a denúncia, Jorge esfaqueou a vítima no pescoço e a asfixiou após ela terminar o relacionamento.
Durante o julgamento, o comportamento do réu chamou atenção por declarações feitas em voz alta diante do júri. Segundo o juiz Abner Apolinário da Silva, que presidiu a sessão, Jorge afirmou que mandaria matar Vitória da Silva Souza, irmã da vítima e testemunha do Ministério Público. “Registro que, em plenário, com explícito destemor e escárnio, aos gritos, o réu declarou que vai matar a irmã da vítima […] Tal conduta ensejou a este magistrado retirá-lo do plenário”, relatou o juiz na sentença.
Ainda em plenário, o réu disse que não se importava com o tempo de prisão. “Tô nem aí. Pode me dar 100, 200 anos de cadeia. Tô nem aí. Vou mandar matar. Eu tô afirmando”, declarou.
Em entrevista, o magistrado classificou a postura do réu como “uma situação de absoluta arrogância”. “Ele ameaçou o promotor, mandou o promotor ir ao presídio falar com ele. Ele é de uma arrogância fora do comum. Com quase 30 anos como magistrado, eu nunca vi alguém com a petulância dessa para ser julgado”, afirmou. A retirada do réu do plenário foi motivada pelas ameaças feitas contra os familiares da vítima.
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