Uma clínica no Distrito Federal ganhou repercussão após oferecer um paraíso libertino diante de uma fachada de massoterapia. De acordo com reportagem do Metrópoles, o estabelecimento, localizado no subsolo de uma quadra comercial da Asa Norte da capital federal, anuncia um refúgio de bem-estar com serviços de massoterapia e acolhimento escondia um engenhoso esquema de serviços sexuais.
Como funcionava
O discurso terapêutico na verdade ofertava “rapidinhas” na hora do almoço ou no fim do expediente, com foco em clientes da Esplanada dos Ministérios. Através do Whatsapp, o estabelecimento garante entrada recatada e salas privativas. A logística de acesso, minuciosamente detalhada, é o primeiro sinal da natureza sigilosa do negócio.
A logística de acesso mostra um negócio totalmente sigiloso. Em horário comercial, o cliente utiliza a escada lateral do prédio. Após as 18h, e aos sábados e feriados, o acesso é estritamente pela portaria dos fundos, mediante uso de interfone, isolando o fluxo do público regular da quadra. Tudo é pensado para que a chegada do cliente não levante suspeitas.
Ao chegar ao local, que funcionava como um divã de couro preto, o cliente é recepcionado por uma senhora de meia-idade que anunciava o “esquema libertino” com direito a desfile das “terapeutas”, cada uma com suas características.
“Olha, são R$ 250 pela massagem e o relax final”, dispara a gerente, apontando para um QR code fixado na parede. O cartaz de cobrança é a prova final do artifício: o valor está destrinchado em R$ 170 pela suposta “terapia” e um adicional de R$ 80 por um “aditivo especial”, a explicitamente nomeada “xerecada da alegria”.
O uso do termo “terapeuta” por estabelecimentos com fins sexuais trata-se de uma apropriação indevida que descredibiliza profissionais sérios. A massoterapia e outras terapias exigem formação, ética e conhecimento técnico para auxiliar a saúde física ou psicológica das pessoas.
Os especialistas ouvidos pela matéria afirmam que o uso do termo “terapeuta” serve para driblar fiscalização e conferir legitimidade profissional ao atendimento.
“A massoterapia é uma prática que exige formação, ética e conhecimento técnico para garantir bem-estar e saúde do paciente. Quando o termo é apropriado para encobrir outras atividades, há não só fraude, mas risco para a saúde física e psicológica das pessoas envolvidas”, explica uma profissional registrada, que preferiu não se identificar.



