A trombose venosa profunda acontece quando um coágulo entope uma veia da perna, impedindo que o sangue volte adequadamente ao coração, o que pode acontecer devido à idade mais avançada da pessoa, à presença de doenças que tornam o sangue mais viscoso, à reposição hormonal com estrogênio ou ao fato de ter a perna imobilizada por muito tempo, por exemplo. Dessa forma, como a circulação encontra-se prejudicada devido à presença do coágulo, podem surgir alguns sintomas, sendo os principais:

Inchaço em uma das pernas, que vai aumentando ao longo do tempo;
Dor repentina em uma das pernas que fica mais intensa ao longo do tempo;
Vermelhidão na perna afetada;
Sensação de calor ao tocar na perna inchada;
Veias mais visíveis na pele devido à maior dilatação;
Dor ao tocar na perna
Pele da região afetada mais dura que o normal.

Existem ainda casos, em que o coágulo é muito pequeno e não causa qualquer tipo de sintoma, desaparecendo sozinho com o tempo e sem precisar de tratamento. No entanto, sempre que existe suspeita de trombose venosa deve-se ir ao hospital para identificar o problema e iniciar o tratamento adequado, já que alguns coágulos também podem se mover e afetar órgãos importantes, como o pulmão ou o cérebro, por exemplo.

O que fazer em caso de suspeita
O diagnóstico de trombose deve ser feito o quanto antes, por isso, é aconselhado ir ao hospital ou ao pronto-socorro sempre que surge suspeita de um coágulo na perna.

Geralmente, o diagnóstico é feito a partir da avaliação dos sintomas e alguns exames de diagnóstico como ultrassom, angiografia ou tomografia computadorizada, que ajudam a localizar onde o coágulo se encontra. Além disso, o médico também costuma pedir um exame de sangue, conhecido como D- dímero, que é utilizado para confirmar ou excluir a suspeita de trombose.

Quem tem maior risco de ter trombose
Há maiores chances de ter uma trombose venosa profunda em pessoas com:

Histórico de trombose anterior;
Idade igual ou superior a 65 anos;
Câncer;
Doenças que tornam o sangue mais viscoso, como macroglobulinemia de Waldenstrom ou mieloma múltiplo;
Doença de Behçet;
Histórico de infarto, AVC, insuficiência cardíaca congestiva ou doença pulmonar;
Diabetes;
Que tiveram acidente grave com grandes ferimentos musculares e fratura de ossos;
Que fizeram uma cirurgia que durou mais de 1 horas, especialmente cirurgia de artroplastia do joelho ou quadril;
Em mulheres que fazem reposição hormonal com estrogênio.

Além disso, pessoas que precisam ficar imobilizadas na cama por mais de 3 meses também apresentam um risco aumentado de desenvolver um coágulo e apresentar trombose venosa profunda.

Já grávidas, mulheres que foram mães há pouco tempo ou mulheres que estão fazendo reposição hormonal ou usando algum método contraceptivo hormonal, como a pílula, também apresentam um risco ligeiramente de trombose, já que as alterações hormonais podem interferir com a viscosidade do sangue, tornando mais fácil o surgimento de um coágulo.

COVID-19 aumenta o risco de trombose?
De acordo com alguns estudos, a infecção por COVID-19 aumenta o risco de desenvolver coágulos que podem resultar numa trombose venosa profunda ou embolia pulmonar. Isso parece acontecer especialmente nos casos mais graves, devido ao intenso processo inflamatório que o vírus causa no corpo e que acaba aumentando a produção de substâncias responsáveis pela coagulação do sangue.

Para diminuir o risco de surgimento de coágulos, a Sociedade Brasileira de Trombose e Hemostasia [1] recomenda que pessoas internadas por COVID-19 façam profilaxia com remédios anticoagulantes. É ainda aconselhada a realização regular de exames de sangue para avaliar diferentes parâmetros, como número de plaquetas, fibrinogênio, mas principalmente D-dímero, já que o aumento do valor de D-dímero parecem estar diretamente relacionado com o aparecimento de coágulos. Entenda melhor o que é o D-dímero e qual a relação com a formação de coágulos.

A vacina da COVID-19 causa trombose?
Após vários estudos, entidades como a Anvisa e a Agência Europeia de Medicamentos reportaram que a vacinação contra a COVID-19 pode aumentar ligeiramente o risco de desenvolver coágulos e, consequentemente provocar trombose. No entanto, esse risco parece ser de apenas 1 pessoa em cada 175 mil, o que representa uma taxa muito inferior ao risco de desenvolver trombose após pegar COVID-19, que é em torno de 15%. Por esse motivo, a vacinação continua sendo recomendada e considerada segura.

Entre as principais vacinas utilizadas, a que apresentou maior número de casos de trombose até ao momento foram as vacinas constituídas por adenovírus, como a AstraZeneca e a Janssen. Além disso, houve relatos de trombocitopenia (diminuição das plaquetas) associada à trombose 4 a 52 dias após a aplicação da segunda dose dessas vacinas, no entanto esses efeitos são raros e, por isso, a vacinação continua sendo recomendada.

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