A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público da Bahia contra Raquel da Costa Nascimento, uma mulher cearense de 48 anos, apontada como a responsável por uma residência localizada no bairro do Itaigara, em Salvador, chamada de “Mansão da Cynthia Bueno”, onde jovens prostitutas eram “rifadas” para clientes.

Segundo a denúncia, em um dos sorteios, que supostamente seria conduzido pela Loteria Federal, três vencedores tinham o direito de escolher uma profissional do sexo para manter relações íntimas, além de receber garrafas de bebidas alcoólicas como prêmio.

Raquel foi detida em flagrante durante uma operação policial realizada em setembro de 2021 na mansão, conduzida por agentes da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes contra a Criança e Adolescente (DERCCA) e do Departamento de Polícia Metropolitana (DEPOM). As suspeitas iniciais eram de que crianças e adolescentes estavam sendo exploradas sexualmente, mas no local foram encontradas apenas mulheres maiores de 18 anos.


De acordo com a denúncia, a cearense operava a mansão como um local de prostituição por aproximadamente cinco meses. Os primeiros clientes costumavam chegar às 14h, e o espaço só fechava quando o último deles saía. Raquel estava envolvida nas negociações entre os clientes e as garotas de programa. Duas das mulheres afirmaram, em seus depoimentos à Polícia Civil, que também pagavam R$ 100 para alugar quartos dentro da residência, onde os encontros ocorriam.

Em depoimento, a cearense disse à Polícia Civil que, na verdade, alugou a mansão para realizar eventos como aniversários, churrascos e para transmitir lives nas redes sociais. Ela negou que o imóvel funcionasse como um prostíbulo e que comandava um esquema de prostituição. Com a decisão da Justiça, Raquel virou ré por crimes de casa de prostituição e rufianismo.

Esquema

Após a operação em setembro de 2021, a delegada Simone Moutinho, titular da Dercca, disse durante coletiva de imprensa que mulheres eram convencidas a fazer parte do esquema por outras garotas de programa que usavam as redes sociais, sobretudo o Instagram, para abordá-las. Para cada nova garota que aceitava a proposta, as intermediadoras recebiam uma comissão de R$ 50.

Com informações Bnews