Um assalto à mão armada assutou usuários do metrô de Salvador nesta quinta-feira (26). Segundo relatos de usuários, a ação ocorreu na Linha 2 do metrô, entre as estações Rodoviária e Pernambués, por volta das 19h30.

“Eles começaram a gritar e xingar muito e ninguém entendeu nada. O metrô estava bem vazio para o horário e estava todo mundo sentado até”, contou uma testemunha que preferiu não se identificar.

Ainda segundo o relato, dois homens fizeram a ação e conseguiram roubar pertences de uma vítima. No momento em que uma segunda vítima estava sendo abordada, o trem parou na Estação Pernambués e, assustados, alguns passageiros deixaram o vagão.

“Esperei o som que a porta faz quando vai fechar e só aí pulei para não chamar atenção deles”, conta a testemunha, que acabou torcendo o pé.

Em terra, na Estação Pernabués do metrô, ela e outros quatro usuários chegaram a relatar o ocorrido para dois agentes de segurança que estavam presentes no momento. “O segurança respondeu que não adiantava fazer nada, porque, quando eles fossem atrás, os caras já estariam em casa”, relata. Por conta dos susto, os passageiros não conseguiram fazer registros dos assaltantes.

Procurada, a CCR Metrô Bahia, empresa responsável pela operação do metrô de Salvador, disse que está apurando os fatos e informou que não registrou furtos ou roubos no metrô. “A CCR Metrô Bahia informa que está apurando a situação descrita pela cliente a partir da análise das imagens das câmeras de segurança, e que não tem registro de furtos ou roubos nas dependências do Sistema Metroviário de Salvador e Lauro de Freitas”.

Ainda na nota, a concessionária disse que “o sistema metroviário conta com um esquema de segurança que inclui rondas estratégicas e periódicas realizadas por mais de 500 Agentes de Atendimento e Segurança (AASs) fardados e à paisana e mais de 2 mil câmeras de monitoramento integradas ao Centro de Controle Operacional (CCO) da concessionária e às Salas de Supervisão Operacional (SSO) de cada estação”. “Toda a estrutura de segurança envolve trens, estações de metrô, terminais de ônibus e passarelas de acesso. Parte dessas câmeras são integradas à Secretaria de a Segurança Pública e contam com a tecnologia de reconhecimento facial. A empresa orienta os clientes que, em casos atípicos, comuniquem imediatamente a equipe de Agentes para as devidas providências”, diz a nota.

Pânico no metrô
Essa é a segunda situação tensa em menos de quatro dias envolvendo o metrô de Salvador. O sistema metroviário parou na noite desta segunda-feira (23) após um homem passar mal e ter um ataque epilético. O caso aconteceu por volta das 20h40 na Linha 1 de um trem que seguia da Estação da Lapa para o Acesso Norte. As informações são do colunista do CORREIO Osmar Marrom Martins, que estava no sistema metroviário de Salvador e Lauro de Freitas.

Ainda de acordo com o jornalista, o passageiro, que não foi identificado, passou mal de repente, o que gerou pânico entre as pessoas que estavam no vagão. “Os passageiros entraram em pânico, começaram a gritar e apertar o interfone. Mas, como ninguém atendia, quebraram a chave de emergência e as luzes se acenderam. O metrô parou na Estação Brotas. Até que apareceu um funcionário e todos os passageiros tiveram que sair do vagão. O trem seguiu só com o passageiro que sofreu o ataque e ficamos esperando o próximo”, contou Marrom, que chegou ao Acesso Norte por volta das 21h30.

(Foto: Daniel Aloisio/CORREIO)
Através de nota, a CCR Metrô Bahia, empresa que administra o serviço, informou, por volta das 22h30, que o botão de emergência do trem foi acionado, nas proximidades da Estação Brotas de Metrô, por volta das 20h50. “Ao identificar que um cliente passou mal, o operador acionou imediatamente apoio aos Agentes de Atendimento e Segurança da estação, que iniciaram os primeiros socorros ainda dentro do trem”, diz a nota.

Ainda conforme a concessionária, o passageiro estava acompanhado pela mãe e foi encaminhado para a sala de Atendimento de Primeiros Socorros (APS) da estação para dar continuidade ao atendimento: “Após melhora, recusou encaminhamento à unidade médica, assinando termo de liberação. Por conta desta ocorrência, a composição precisou ser evacuada na plataforma [Brotas] e foi recolhida. Outro trem foi inserido na operação para atender os passageiros”.

Questionada pelo CORREIO sobre os procedimentos padrão em caso similares, a CCR Metrô Bahia respondeu que, em cumprimento ao que prevê o Contrato de Concessão, os agentes são treinados para atuar como brigadistas, prestando, dentre outras atividades, os primeiros socorros a possíveis vítimas, além de conduzir alguns casos para atendimento médico em unidade hospitalar mais próxima da ocorrência. “As estações do sistema metroviário também possuem salas, recursos e aparelhos apropriados para os primeiros socorros, além de unidade de DEA – Desfibrilador Externo Automático. A concessionária orienta que os usuários devem prestar atenção às recomendações que estão descritas no dispositivo de emergência presente em todos os carros dos trens. Em casos de ocorrências, os agentes de atendimento também devem ser comunicados para tomar as devidas providências”, diz a nota.

Há cinco dias, na manhã da última quinta-feira (19), os passageiros do metrô de Salvador também tiveram que sair de um trem da linha 1, depois de uma usuária ter um mal-estar. Segundo a CCR Metrô Bahia, o caso aconteceu quando a composição estava na Estação Retiro e trem foi recolhido para o pátio. Nesse caso, agentes de Atendimento e Segurança prestaram socorro à passageira imediatamente, ainda no local.