As aulas 100% presenciais nas escolas da rede municipal de ensino de Salvador começam nesta quinta-feira (3). Segundo a prefeitura, são mais de 143 mil estudantes e cerca de 8 mil professores que vão retornar às atividades em sala de aula, depois de quase dois anos nas modalidades virtual e híbrida. [Relembre o caso ao final da matéria]

Para isso, conforme a prefeitura, os protocolos sanitários adotados em 2021 nas 432 unidades escolares foram atualizados para o contexto atual, em que a população em geral, incluindo grande parte dos alunos, está vacinada contra a Covid-19.

De acordo com o titular da Secretaria Municipal da Educação (Smed), Marcelo Oliveira, o uso da máscara será mantido, além de reforçar a importância da higiene constante das mãos e, na ausência de água e sabão, o uso do álcool em gel.

Também prossegue a exigência do distanciamento de um 1,5m entre os alunos, para evitar o contágio pelo coronavírus.

O gestor afirma que dois anos sem aulas presenciais impactou muito negativamente no desempenho dos alunos.

“Fizemos uma avaliação geral de aprendizado das crianças nas disciplinas Língua Portuguesa e Matemática, em setembro de 2021, e os resultados mostram que o ensino remoto não alcançou os objetivos esperados. Houve uma inegável perda de aprendizado que precisa ser resgatada”, disse o secretário.

Na Escola Municipal Makota Valdina, no bairro Engenho Velho da Federação, por exemplo, a diretora Márcia Cristina Santos afirma que manteve dispensador de álcool gel em diferentes pontos, entrada diferenciada para as turmas e uso individual do sanitário.

Para ela, a importância principal é o retorno ao convívio com os amigos, mas com os devidos cuidados contra a Covid-19.

“Na comunidade, percebemos que a máscara é pouco utilizada, então temos o papel de esclarecer que é importante usá-la para se proteger e proteger o próximo. Hoje os alunos já entendem que precisam limpar as mãos, já sabem dos protocolos e levam essa cultura para a casa deles”.

A escola possui 330 alunos matriculados, mas tem capacidade de atender até 500 crianças nos dois turnos.

Logo na entrada, foi instalado totens de álcool gel e os bebedouros tiveram o uso limitado, sendo possível apenas utilizá-lo para encher as garrafas de água. Os alunos são orientados a levar garrafas para a escola.

Além disso, a escola mantém um funcionário no banheiro e no refeitório, para evitar que as crianças se aglomerem e mantenham a assepsia. Outro diferencial na instituição são as entradas e saídas diferenciadas, uma para a educação infantil, outra para o 1º e 2º anos, e outra entrada para 3º, 4º e 5º anos.

Confira os principais protocolos nas escolas:

Disponibilização de totem com álcool na entrada da unidade escolar e dispersores com o produto em todas as dependências da escola;
As cadeiras terão o distanciamento de 1,5m;
O uso de máscara será obrigatório;
A distância dos estudantes nos intervalos será observada pelos professores e funcionários;
Os alunos da Educação Infantil (0 a 5 anos) não serão obrigados a utilizar máscaras durante as aulas ou para acessar a escola, no entanto devem ser orientados a evitar o contato físico;
Os alunos portadores do Transtorno do Espectro Autista (TEA) não serão obrigados a utilizar máscaras, conforme o parágrafo único do art. 2º do Decreto Municipal nº 33.719, de 3 de abril de 2021.

Aulas na pandemia

Em março de 2020, com a pandemia do novo coronavírus, as aulas nas escolas de Salvador, inclusive nas que fazem parte da rede municipal, foram suspensas. Desde então, os professores enfrentaram o desafio de ensinar na modalidade virtual.

Já em 2021, com o início da imunização contra Covid-19, o prefeito Bruno Reis anunciou a retomada das aulas semipresenciais nas instituições de ensino municipais. Oficialmente, esse retorno ocorreu em 3 de maio, mas a maioria dos professores decidiu não voltar às salas, até que toda a categoria estivesse completamente imunizada.

Em 13 de maio, após reunião do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), os profissionais decidiram entrar em estado de greve e continuar as aulas de forma remota.

Um mês após o início oficial das aulas semipresenciais, o índice de comparecimento de alunos e professores nas escolas públicas e particulares foi considerado baixo. De acordo com a Smed, apenas 2,3% dos estudantes tinham ido às aulas presenciais. Entre os professores, dos 8 mil, 30% tinham voltado às salas.

Em 2 de agosto, a prefeitura de Salvador e a APLB-BA entraram em acordo e definiram o retorno total dos professores às salas de aula com atividades na modalidade semipresencial.

G1 Bahia.