Técnica surgida no Ceará em 2017, o uso da pele de tilápia para a reconstrução de partes do corpo humano já foi responsável pela reconstrução do canal vaginal de 25 mulheres, apontou matéria da Folha de S. Paulo publicada na segunda-feira, 7. O procedimento é custeado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

As pacientes atendidas por essa técnica têm uma síndrome rara, chamada Mayer‐Rokitansky‐Kuster‐Hauser, condição que causa uma condição onde a mulher nasce sem os dois terços superiores da vagina e como possíveis alterações na formação do útero.

A síndrome atinge uma em cada 5 mil nascidas vivas, segundo informação do Hospital das Clínicas da UFMG/Ebserh, e a dificuldade de ter relação sexual e engravidar estão entre os principais problemas listados pelas pacientes que a possuem.

De acordo com o professor-adjunto de ginecologia da Universidade Federal do Ceará, Leonardo Bezerra, a cirurgia é feita com a pele da tilápia em volta de um molde de acrílico e dura cerca de 30 minutos. Posteriormente, por conta da propriedades da pele do peixe, é estimulada a produção de células de tecido iguais a de uma vagina real.

O encaminhamento para a cirurgia pode ser feito por qualquer unidade de saúde do país. O Ministério da Saúde informou que o procedimento ainda não está incorporado em sua relação oficial e que apenas pacientes que participam do estudo de eficácia tem a cirurgia custeada.

Folha de São Paulo