O coordenador do Comitê Científico do Consórcio Nordeste, o médico e cientista Miguel Nicolelis, fez um alerta sobre a possibilidade de não ter carnaval em 2022, ainda em razão do avanço da pandemia da Covid-19. Durante entrevista à TV Bahia, Nicolelis chamou a atenção sobre a necessidade de tomar medidas duras para evitar o crescimento dos casos da doença.

“Se nada for feito, se continuarmos com esses índices crescendo, com essas curvas crescendo assustadoramente, se as pessoas acharam que não ter carnaval em 2021 foi grave, a possibilidade da gente não ter carnaval em 2022 começa a ser real. Porque essa situação parece que pode perdurar ao longo de todo o ano de 2021. É importante que a gente deixe isso claro: se nada for feito, não haverá solução com medidas paliativas que são conhecidas como sendo ineficazes em todo o mundo, como o toque de recolher”, disse.

O boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) divulgado no final da tarde desta quarta-feira (17) registra 64 óbitos novos óbitos ocasionados pela Covid-19, e 3.733 novos casos da doença em 24 horas.

O total de óbitos por Covid-19 na Bahia desde o início da pandemia alcançou a marca de 10.928. Dos 639.227 casos confirmados da doença desde o início da pandemia, 15.596 se encontram ativos. O boletim também contabiliza 146.673 casos em investigação.

Diante do agravamento da crise sanitária, o Governo abriu novos leitos de terapia intensiva nos municípios de Camaçari, Seabra e Barra nos últimos dias. Estão previstas ampliações nas cidades de Ilhéus e Porto Seguro, em um esforço para reduzir a pressão na rede.

Além disso, na quarta-feira (17), o governador Rui Costa (PT) decretou toque de recolher em 343 cidades baianas para conter o avanço da pandemia no estado. A medida vai restringir, por sete dias, a partir de sexta-feira (19), a circulação de pessoas nas ruas e o funcionamento de serviços não essenciais após as 22h.