Para “conhecer” melhor quem são os moradores do Lobato, o Comando Vermelho fez uma espécie de “censo” na Prainha, região dominada há pouco tempo. Depois de espalhar as iniciais “CV”, um grupo com mais de 10 homens com fuzis foi de porta em porta para saber quem são e quantas pessoas vivem nas casas, qual a fonte de renda delas, se têm carro, se têm parentes ou amigos policiais e se há alguma relação delas com outros traficantes. Temendo o pior, dez famílias saíram às pressas, pois tinham algum parentesco ou contato com integrantes do Bonde do Maluco, facção rival. O “censo do tráfico”, as barricadas, as extorsões de comerciantes, a constante afronta à polícia e outros comportamentos, nunca vistos antes, tornaram-se comuns graças à atual política – falida – de segurança, onde enfrentamento é focado na força e não no serviço de inteligência.