Você sabia que o figo, tão presente em nossas mesas, não é exatamente um fruto? Por trás de sua aparência exótica, esse alimento esconde segredos surpreendentes sobre seu cultivo e sua origem, capazes de despertar a curiosidade até dos mais céticos.

Ao contrário do que muitos pensam, o figo é, na verdade, uma inflorescência: um conjunto de minúsculas flores que florescem escondidas dentro de uma espécie de bolsa. Cada uma dessas flores, ao ser polinizada, dá origem a um pequeno fruto seco, responsável pela textura crocante que sentimos ao morder um figo.

Mas o que realmente intriga é o papel fundamental das vespas-do-figo nesse processo. Com apenas 1 milímetro de tamanho, esses insetos são os únicos capazes de entrar pela abertura estreita do figo, levando o pólen até as flores femininas. E a relação é tão íntima que as vespas precisam depositar seus ovos dentro do figo — e, ao final desse ciclo, acabam sendo absorvidas pela própria planta, tornando-se parte do alimento.

Diante desse cenário, surge uma pergunta polêmica: será que veganos podem comer figo? A resposta não é simples. Enquanto alguns evitam o consumo por envolver insetos, outros defendem que o processo é natural e não envolve crueldade animal.

E tem mais: nem todo figo contém vespas em seu interior. No Brasil, por exemplo, a maior parte das figueiras produz frutos sem depender desses insetos, graças a um fenômeno chamado partenocarpia, em que o desenvolvimento ocorre sem polinização. Assim, a maioria dos figos que chegam à sua mesa está livre de qualquer vestígio de insetos.