Um homem de 39 anos gravou uma mensagem de despedida para a família após ser internado em estado grave por conta do novo coronavírus. O britânico Matt Dockray também pediu para que as pessoas “não fossem idiotas” e seguissem as orientações de isolamento impostas pelo governo. As informações são do Daily Mail.

Dockray, que está doente há três semanas, disse que seus sintomas começaram como uma “tosse fraca”, no último dia 1º. Com o passar do tempo, logo ficou tão doente que gravou um vídeo de despedida para sua esposa e filho e “quase desistiu devido à dor e ao medo”.

O homem pediu aos britânicos que pensam que são “invencíveis” a “não serem idiotas” e respeitarem as medidas adotadas para impedir a propagação do vírus. Dockray contou sobre sua provação em uma publicação no Facebook, dizendo: “Tenho 39 anos e não sou um garoto propaganda da saúde dos homens, mas se eu posso terminar dessa forma, então vocês precisam ler isso”.

Em outra postagem, ele continua: “Atualmente, estou na UTI e, às vezes, minhas chances de sobreviver ficam mais remotas, pois meus pulmões estão falhando. Aguardo meu tempo para ser sedado e colocado em um respirador”, explica

Situação foi piorando

“Dia após dia, eu sentia me sentia muito mal, como uma forte ressaca, mas continuava como um verdadeiro herói, ignorando todos os conselhos da família”, continua o homem.

Ele ainda lembra que, na época, os médicos lhe perguntaram se esteve na China. “Eu disse que não, e isso foi suficiente para desconsiderar a Covid-19. Eles me dissessem que eu poderia ter um vírus sazonal, me deram alguns antibióticos por precaução”, relata.

O homem explicou que, nos primeiros dias da doença, ele não conseguia sair do sofá e estava lutando para ficar acordado e respirar adequadamente. “Fiquei duas horas no telefone para tentar informações sobre a doença, e a cada dia piorava. Finalmente, minha esposa não pode mais me ouvir e chamou uma ambulância”.

Estado muito grave

Foi então que a verdadeira natureza da condição de Dockray se revelou e ele foi levado às pressas para uma unidade de terapia intensiva. “Dentro de uma hora, no hospital, fui iluminado de azul em uma operação militar, onde médicos em trajes protegidos me disseram que achavam que eu tinha Covid-19 e que eu estava gravemente doente”.

Os médicos ligaram para a esposa do paciente e explicariam que ele teria que dormir e depois colocariam um respirador, já que os pulmões estavam falhando e entrando em parada respiratória. “Quem me conhece sabe que eu gosto de um desafio e, a partir desse momento, lutei com toda as minhas forças com a promessa de que, até desmaiar, ficaria acordado, resistindo”.

“Três dias depois, comecei a me estabilizar. Não é que eu esteja melhorando, é que não estou piorando”, continua Dockray. Após sua provação, ele alertou aqueles que ainda ignoram os conselhos do governo de ficar em casa e “parar de arriscar seus entes queridos”.

Cerca de 422 pessoas morreram no Reino Unido após testes positivos para COVID-19, com mais de 8 mil casos confirmados. “Isso me dá a oportunidade de avisar a todos que pensam que são invencíveis, ou que estão violando todos as orientações para sair sem motivo”.

Cotidiano de tristeza

“De hora em hora, observo os quartos marcados com uma rosa vermelha laminada – identificando os críticos do Covid-19 – vazios enquanto a família se despede pelo vidro”, lembra o homem.

Docray continua e reforça o pedido de cautela nessa momento de pandemia. “Para todos que pensam que podem ter tosse e sintomas leves, ou que pensam que já tiveram, e já estão bem, por favor, não sejam idiotas. Eu não desejaria isso para nenhum inimigo. Gravei o vídeo para minha esposa e meu filho para me despedir, porque em um momento eu quase desisti devido à dor e ao medo”.

“Cada palavra de encorajamento equivale a uma dose para melhorar. Algumas pessoas ainda precisam de um ‘sacode’ para finalmente entenderem a gravidade da situação. Pare com isso, parem de arriscar os entes queridos”, completa.