Um suposto descaso com caixão no cemitério de São Tomé de Paripe, no Subúrbio Ferroviário de Salvador, causou revolta em um leitor do site. Em um vídeo enviado na tarde desta terça-feira (22), o denunciante faz críticas à administração do espaço, cita a inexistência de coveiro e mostra um caixão jogado no chão do cemitério. O homem afirma que a própria população retira os caixões das gavetas e joga no espaço para que outras pessoas falecidas possam ser enterradas.

Procurado, o pároco da Paróquia Nossa Senhora do Ó, padre Edmilson Santos da Costa, confirmou que, de fato, não há como ter um conveiro no cemitério, uma vez que isso traria custos altos. Mas negou o descaso denunciado.

“A prefeitura limpa e corta o mato, religiosamente, uma vez ao mês. Mas quando chove fica com mais mato mesmo”, disse. Sobre a denúncia de que a população estaria desenterrando caixões, ele afirmou:

“Teve um enterro que ela queria conforto. Eu avisei que não tinha. Ela quando chegou lá querendo conforto eu já tinha dito que era parceria da comuniudade com o ente. Não temos condicão de ter um coveiro próprio”, disse. O padre explicou que, de fato, os próprios familiares do falecido devem provideciar a desocupação da carneira, que é o buraco onde o caixão é colocado. Atualmente, o cemitério conta com 80 carneiras, e após a reforma deverá ter outras 60, segundo o padre.

Sobre o caixão que aparece no vídeo, inclusive com os ossos dentro, jogado no terreno do cemitério, o padre Edmilson disse que isso não procede. Por fim, o padre disse que o cemitério é para pessoas que moram na comunidade: “se a gente abrir mão disso e deixar pra prefeitura, as pessoas que moram lá não vão ter essa oportunidade de serem enterrados próximos aos entes”.