O Catar é uma das nações mais ricas do mundo —o produto interno bruto (PIB) per capita do país é de mais de US$ 85 mil, o sexto melhor do planeta. O país é uma pequena península, menor do que o estado de Sergipe, no meio do Golfo Árabe.

O poder econômico permitiu que governo gastasse mais de US$ 200 bilhões em infraestrutura para poder ser sede da Copa de 2022.

Esse dinheiro todo vem de uma fonte: petróleo. A economia depende fortemente de venda petróleo e gás natural, ainda que haja um plano para diversificar as fontes de receita. A Copa é parte desse plano.

Essa riqueza é dividida por 2,5 milhões de pessoas, sendo que os catarianos são uma minoria de menos de 12% do total.

Produção de petróleo

O país tem uma gigante reserva de gás natural, mas a produção de petróleo, apesar de muito grande para um país minúsculo, não é das maiores: são cerca de 600 mil barris por dia.

A quantidade de petróleo já encontrada é de mais de 25 bilhões de barris —isso permite que o Catar mantenha a atual produção por 56 anos. O país foi a primeira nação árabe a integrar a Opep, o cartel dos países produtores de petróleo, em 1960.

País era pobre até a década de 1970

Catar garante bons benefícios a seus cidadãos -- mas não aos estrangeiros — Foto: Kai Pfaffenbach/Reuters

Há cerca de 50 anos, quando o país se tornou independente do Reino Unido, o Catar era um dos países mais pobres do Golfo Árabe.

Tradicionalmente, o principal alicerce econômico da região era a extração de pérolas. Na década de 1940 houve a primeira descoberta de petróleo no campo de Dukhan. Foi nesse momento que a economia do país começou a mudar, ainda que, no primeiro momento, lentamente, por causa da Segunda Guerra Mundial.

No embalo da Copa, Catar investe no desenvolvimento da Cidade da Educação

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Durante a década de 1970, as mudanças no país se aceleraram. A produção de óleo, inicialmente, ficou nas mãos de empresas estrangeiras. Os catarianos começaram a nacionalizar o setor, e, a partir de 1977, a estatal QatarEnergy se tornou a principal do país —as estrangeiras prestam serviços para a empresa do país.

O principal campo de gás natural do Catar é o Campo Norte, que foi descoberto nos anos 1970. Esse é um dos maiores campos de gás natural do mundo.

Diversificação de fontes de riqueza

O plano para diversificar o PIB não é uma novidade: há uma grande empresa aérea, Qatar Airways, e uma grande rede de jornalismo internacional no país, a al Jazeera. Indústria, construção e serviços financeiros também têm crescido consistentemente no país.

Hoje, a produção de óleo e gás é de cerca de metade do PIB.

O emir do Catar, Sheikh Tamim bin Hamad Al-Thani, durante a inauguração do novo Porto Hamad, em Doha, no dia 5 de setembro de 2017 — Foto: Handout/Qatar News Agency/AFP

Ditadura, mas com estado de bem-estar social

O Catar não é uma democracia. As decisões são tomadas pela dinastia Al Thani e seus conselheiros. Os cidadãos não têm influência significativa nos rumos do país.

Eles recebem alguns benefícios derivados das riquezas naturais. O governo distribui incentivos para contar com a lealdade e apoio dos catarianos. Veja abaixo uma lista de alguns dos benefícios que os cidadãos do Catar têm:

  • Não pagam Imposto de Renda;
  • Há muitos empregos com altos salários no setor público;
  • Sistema de saúde gratuito;
  • Educação superior gratuita;
  • Apoio financeiro para quem se casa;
  • Auxílio moradia;
  • Subsídios para a conta de energia;
  • Boas aposentadorias

Mão-de-obra

Mais de 88% dos moradores do Catar são de outros países. Esses imigrantes são, majoritariamente, do sul da Ásia e da África. O país depende dos trabalhadores dessas regiões. Para conseguir construir a infraestrutura da Copa, o Catar recorreu a essa mão-de-obra.

Além dos estádios, o Catar construiu um novo sistema de metrô e novas rodovias. Essas construções foram aceleradas pela Copa.

O país tem 13% de todas as reservas de gás natural do mundo (o Catar é o dono da terceira maior reserva desse produto).