O vereador do PCdoB e presidente do Sindicato dos Rodoviários da Bahia, Hélio Ferreira, afirmou que na próxima segunda-feira (29), haverá uma paralisação por tempo indeterminado na zona de atuação do Consórcio Salvador Norte, responsável por mais de 60 linhas que transportam passageiros entre da Estação Mussurunga até a Estação da Lapa, passando pela orla de Salvador, e responsável pela alimentação da linha dois do metrô.

O presidente do Sindicato dos Rodoviários da Bahia afirma que a manifestação será uma resposta pela inflexão da empresa em aceitar um acordo costurado para assegurar os direitos dos 3956 trabalhadores da ativa e dos pouco mais de 500 afastados do CSN.

“A partir do momento da decretação da caducidade, tenho certeza que a empresa vai abrir falência, não tenho dúvida. Sem condições para prestação do serviço, o caminho vai ser da falência, e com isso poderão alegar não ter dinheiro para pagar aos trabalhadores. Essa paralisação será para a gente mostrar nossa insatisfação. Há muito tempo que estávamos tentando fazer o acordo não deu certo, trabalhamos muito, mas o CSN não olhou para os trabalhadores, olharam apenas para eles. A paralisação será por tempo indeterminado. Pode ser que na terça-feira (30) tenha ônibus, mas não descartamos que só na outra terça-feira (6) ou depois; tudo vai depender das negociações”, destacou Hélio.

O presidente do Sindicato disse ainda que não tomou conhecimento do inteiro teor do Regime Especial de Contratação Administrativa (REDA) que será proposto pela prefeitura para manter os funcionários da bacia de transporte público, mas afirma ser contra essa modalidade, por diminuir os direitos dos trabalhadores, e cita o seguro desemprego como exemplo, que, para um motorista de ônibus, será uma perda de R$ 10 mil.

Acordo

O acordo previa que o repasse de 37 milhões da prefeitura de Salvador – recurso pago por conta do desequilíbrio provocado pela pandemia do novo coronavírus, que causou uma redução no número de transportes, gerando prejuízo para as empresas – e a venda de uma ou no máximo duas das três garagens da empresa. O vereador do PCdoB explica que apenas um dos terrenos onde fica localizado a garagem da empresa, em Jardim Cajazeiras, é avaliado em cerca de R$ 50 milhões.

Segundo Ferreira, os empresários das empresas de ônibus que formam o consórcio recusaram o acordo por causa da contrapartida exigida pelo município, que era o fim de duas ações judiciais que a CSN moveu contra a prefeitura Municipal de Salvador, sendo uma delas motivada pela intervenção.

Bnews