A família Souza da Silva, que teve a casa soterrada, na manhã deste domingo (14), no bairro de Cajazeiras, já conhecia o trauma do deslizamento de terra. Em 2015, pais e filhos se mudaram depois de o imóvel ser coberto de lama – mas voltaram ao endereço dois anos depois. À época, um bebê foi soterrado. Quase oito anos depois, agora aos 8 anos, a criança foi novamente vitimada.

O acidente aconteceu por volta das 7h, depois de uma madrugada de chuva, e as oito pessoas que moravam na casa foram atingidas por terra total ou parcialmente, segundo familiares. Somente três delas – os pais, a atendente de telemarketing Iris de Souza e o pedreiro Zaru da Silva, e um dos filhos, Marcos, 8 anos, precisaram de atendimento hospitalar.

A criança está internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital do Subúrbio. O estado de saúde dela é o mais grave. Zaru também está na unidade hospitalar, mas o quadro dele é estável. Iris foi levada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de São Cristóvão. Fisicamente, ela está bem.

Marcos é a criança que, há sete anos, havia sido soterrada, quando ainda dava os primeiros passos. Mas a mãe, Iris, conseguiu puxar pelas mãos do filho e salvá-lo.

Desta vez, a criança foi resgatada só depois de 30 minutos sob a terra, pelo Corpo de Bombeiros. Ela foi levada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência ao hospital, assim como os pais.

Depois do primeiro acidente, a família chegou a se mudar para a casa da avó de Iris, também em Cajazeiras e onde Iris, Zaru e os cinco filhos passariam este Dia das Mães.

“Mas com o tempo depois de dois anos eles tiveram de voltar e construíram uma casinha. A necessidade faz isso e também cada um precisa da sua privacidade”, contou a empregada doméstica Liliane Ribeiro, 42, tia de Iris

Os outros quatro filhos de Zaru e Iris foram para casa de familiares após o deslizamento. O soterramento afetou, principalmente, o fundo da casa.

Além da Defesa Civil de Salvador (Codesal), atuam na ocorrência equipes das secretarias de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre) e de Manutenção (Seman), além da Prefeitura-Bairro.

“É uma obra irregular, mas é uma situação extremamente complicada. Essa semana tivemos um episódio parecido a esse, com risco de construção errada ou de construção errada. Há uma contenção lá em cima. Reforçamos o apelo para que as construções feitas de forma correta”, disse o diretor-geral da Codesal, Sosthenes Macedo à reportagem.

Há um escritório público de engenharia em Salvador, na sede da Secretaria municipal de Infraestrutura e Obras Públicas, no bairro do Comércio. Confira este link e saiba como ter acesso ao serviço.

Jornal Correio da Bahia