Um garçom de 32 anos morreu após comer camarão em um buffet , no Barro Preto, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, na terça-feira (10). O homem era natural de Salvador (BA) e chegou a ser reanimado por 30 minutos. A vítima saberia da alergia e mesmo assim resolveu “arriscar”.

Segundo apuração da Polícia Militar, o garçom estava fazendo um serviço freelancer em um evento empresarial, do qual o prato principal era paella -típico da gastronomia espanhola, à base de frutos do mar. Aos militares, o chef de cozinha disse que o homem afirmou que arriscaria comer o prato, mesmo sabendo da alergia que possuía.

O garçom começou a passar mal pouco após comer a refeição e, ao entrar no banheiro, já pediu que o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) fosse chamado. Ele vomitou bastante e uma médica, convidada do evento, tentou reanimá-lo por três vezes.

O Samu informou que a vítima sofreu parada cardiorrespiratória e que foi reanimado durante 30 minutos. Apesar dos esforços, ele não resistiu ao choque anafilático.

Parentes do garçom não foram encontrados, pois ele morava sozinho em BH. O corpo foi levado ao Instituto Médico Legal (IML).


‘Não coma alimentos alérgicos’

Conforme relato das testemunhas, o garçom começou a passar mal de forma muito rápida, logo após comer a paella. Especialistas são enfáticos sobre o risco da ingestão de alimentos alérgicos.

O presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia da regional Minas Gerais, Fernando Monteiro Aarestrup, explica ao BHAZ que, mesmo em “pequenas quantidades”, o alimento alérgico não é recomendado.

“Quem tem reação anafilática está totalmente contraindicado a ingerir esses alimentos, mesmo que em pequenas quantidades, pois o risco de óbito é muito grande”.

A chance de não sobreviver é ainda maior caso o paciente demore a dar entrada em uma unidade de saúde. “Se não chegar no hospital de 10 a 15 minutos ou se não tiver um dispositivo chamado de ‘adrenalina auto injetável’, a chance do óbito é muito grande”, afirma.

Uma orientação do especialista é de que pessoas alérgicas tenham um “plano de ação” recomendado pelo médico. “Nesse plano, o médico alergista diz quais os procedimentos devem ser tomados, caso o alimento seja ingerido de forma acidental, como a ingestão de algum medicamento”.

Para saber se tem alguma alergia, o indicado é procurar o médico especialista para a realização de exames.