Corpo da garota de 9 anos foi achado pendurado em uma árvore

Um garoto de 12 anos é suspeito pela morte de Raíssa Eloá Caparelli Dadona, 9, que foi achada sem vida no Parque Anhaquera, em São Paulo (SP), neste domingo (29).

Segundo o R7, ele aparece em imagens andando de mãos dadas com a menina depois dela ter sumido da festa escolar em que estava com a mãe e o irmão mais novo. A câmera registrou a passagem dos dois às 12h27. A polícia pediu e conseguiu apreensão do garoto.

A mãe do menino o levou até a delegacia porque ele confessou para ela o crime, segundo a Polícia Civil. Mas para os investigadores ele contou versões diferentes – ele foi até a delegacia três vezes desde a tarde de ontem. Disse que havia uma outra pessoa envolvida, que seria o responsável por ter matado Raíssa. Ele identificou esse homem como “Baianinho” e disse que ele estava andando de bicicleta pelo local. Depois, contou que foi forçado por esse homem, que tinha uma faca, a ajudar a matar a menina.

A garota morreu possivelmente de asfixia mecânica, mas o laudo pericial deve confirmar isso. Ela estava pendurada pelo pescoço em uma árvore no Parque do Anhaguera, a cerca de 2 km do local da festa. Tinha sangue no rosto e uma lesão no ombro. A polícia também investiga se ela sofreu abuso sexual.

Um vídeo de câmeras de segurança do parque mostra o garoto andando com Raíssa. Ele contou à polícia que estava só passeando por ali. Raíssa era autista e não falava com estranhos, segundo a família.

Mas a mãe da menina contou a familiares que o garoto que aparece nas imagens estava brincando com Raíssa pouco antes dela desaparecer. Na filmagem, Raíssa está tranquila e não aparenta estar sendo coagida.

“É difícil. É um amiguinho que estava com ela no CEU para brincar”, disse a tia de Raíssa, Alessandra Correa da Silva, que viu as imagens mostradas pela produção do programa Cidade Alerta nesta segunda (30). Ela disse que pela imagem não reconhecia o garoto. “Pode ser coleguinha de rua”. Alessandra contou ainda que o local registrado pelas câmeras não é longe do ponto em que Raíssa foi achada pendurada na árvore. “É próximo”.

Nenhuma arma foi achada no local do crime. A suspeita é que Raíssa possa ter sido agredida com um pedaço de madeira. A participação do segundo envolvido não foi descartada.

Segundo colegas do garoto ouvidos pela Record, ele não tem muitos amigos e costuma andar sozinho. Ele também teria atitude ameaçadora com meninas da escola, mas não brigava com os meninos. A mãe dele conta que não notou nenhuma mudança no filho.

Raíssa estava em uma festa no Centro Educacional Unificado (CEU) quando desapareceu. A mãe, Vânia, contou que foi buscar pipoca para o irmão e deixou a garota em um pula pula. Minutos depois, ao voltar, não a encontrou mais. Isso foi por volta de meio dia. Participantes da festa e funcionários do CEU ajudaram a fazer buscas nas proximidades.

Às 14h, o corpo da garota foi encontrado por um menino de 12 anos – não há confirmação se é o mesmo que agora é suspeito de envolvimento no caso, mas é possível que seja. “Não sabemos (se o mesmo que achou o corpo), a imagem também não consigo ver de forma nítida”, diz a tia de Raíssa.

O garoto contou que estava na área, que é restrita para funcionários do parque, para cortar caminho. Depois de ver o corpo, chamou os funcionários do local, que acionaram a Guarda Civil Metropolitana. Perto do corpo, os guardas acharam um par de chinelo, um saco plástico e uma capa de tecido TNT com cor avermelhada. Na filmagem, o garoto parece segurar um objeto de mesma cor. O local tinha manchas de sangue no chão.

Raíssa tinha autismo e fazia tratamentos específicos. Ela fazia parte do Núcleo de Apoio à Inclusão Social para Pessoas com Deficiência. A assistente social Joice de Souza, que trabalha no local, diz que a menina era tímida, mas que com o tratamento estava se tornando mais extrovertida. A família afirma que a garota não confiava em adultos que não conhecia. “Ela era introvertida, não era de se comunicar, mas, quando se sentia bem, ela falava”, conta Alessandra.

O caso foi registrado no 33° Distrito Policial e foi encaminhado ao Delegacia de Homicídios E Proteção à Pessoa (DHPP), que comanda a investigação.

Sepultamento

O corpo de Raíssa foi sepultado na tarde do dia 30 no Cemitério Municipal de Perus. Estavam presentes cerca de 50 pessoas, incluindo amigos e familiares. A menina morava no bairro Morro Doce, próximo ao CEU onde aconteceu a festa, desde 2017.

A Prefeitura de São Paulo, que é responsável tanto pelo CEU quanto pelo Parque Anhanguera, disse que tomou todas as providências necessárias e que os vigilantes do parque preservaram o local e acionaram a Guarda Civil Metropolitana, que registrou a ocorrência na delegacia.

O Parque Anhanguera permaneceu aberto.