Gilberto Gil foi perseguido e agredido verbalmente por bolsonaristas no estádio Lusail, no Catar. Acompanhado de sua mulher Flora, ao ser identificado, o cantor e compositor de 80 anos passa a ser seguido e intimidado por brasileiros, um deles vestido com a camisa da seleção.

Na partida entre Brasil e Sérvia, ele seguia rumo à arquibancada do estádio quando brasileiros desferem uma sequência de ataques contra o artista. Um dos homens veste uma camisa com o nome Papito Rani às costas.

No vídeo de 50 segundos, os homens gritam atrás de Gil: “vamos, Bolsonaro! Vamos, Lei Rouanet”. O artista então decide esperar e deixar os homens passar à sua frente. Na sequência, um outro brasileiro passa por Gil e pede para tirar uma foto, que ele logo atende.

Mas, não satisfeitos, os homens que seguem Gil também interrompem a caminhada e dizem para o casal seguir à frente. “Você ajudou o Brasil”, ironiza um dos bolsonaristas, que repete Lei Rouanet e, por fim, um xingamento ao cantor. O vídeo é interrompido.

Neste domingo, o cantor postou um vídeo em agradecimento à solidariedade de amigos e da sociedade brasileira em reação aos xingamentos. “Essa coisa estúpida, é o terceiro turno, na verdade. Os inconformados querendo manter essa coisa do ódio”, diz Gilberto Gil em alusão ao fim das eleições entre Lula e Bolsonaro, que, na sequência, pede um bom jogo para todos nesta segunda-feira, quando a seleção brasileira disputa a segunda partida da Copa do Mundo do Catar.