O petroquímico Diego Rodrigues é mais uma vítima do golpe aplicado na concessionária Motopema, que o BNews denunciou no último dia 31. Ele, diferente das outras seis vítimas que já denunciaram o caso na 6ª Delegacia Territorial (6ª DT/Brotas), preferiu acreditar na palavra do gerente-geral da empresa, que o procurou após a repercussão do caso, lhe prometendo o pagamento da moto vendida para a concessionária até esta terça-feira (03), o que não o ocorreu.

A negociação da motocicleta de Diego, uma CB 500, ano 2022, começou no último dia 11 de dezembro. “Coloquei a minha moto à venda pela internet e uma funcionária da Honda, chamada Camila, entrou em contato comigo pelo whatsapp, começamos então a negociar e finalizamos quando estive na loja. Deixei a moto na loja e fui para casa de uber e ficar na espera de receber o depósito de R$ 42 mil.

Quando o prazo para o deposito venceu, Diego mandou mensagem para Camila, que alegou um problema no Financeiro da empresa e disse que alguém do setor iria entrar em contato para resolver. “Uma pessoa falou comigo, que hoje acho que era uma pessoa aleatória, e disse que houve um erro no sistema, confirmou os dados e me pediu mais 72 horas. Eu questionei, mas ela me pediu um voto de confiança e eu deixei”.

Entretanto, antes do novo prazo acabar, Diego ligou para a loja, foi então que o gerente o atendeu e pediu para que ele fosse até a empresa, pois precisava conversar pessoalmente. Ao chegar na Motopema o cliente foi informado de que sua moto não constava no sistema e acabou se inteirando de todo o golpe.

Diversas conversas ocorreram desde então, inclusive com o setor jurídico, onde chegaram a informar que a motocicleta dele foi encontrada e poderia ser devolvida, mas o petroquímico não aceitou. “Não sei o que houve nesses 10 dias, tanto mecanicamente como judicialmente, as vezes a moto foi usada para cometer crimes e eu posso passar por uma situação perigosa por causa disso”, alegou o petroquímico.

A partir dessa negativa, o gerente-geral entrou em contato com Diego na última sexta-feira (30) e assinou um documento se comprometendo a pagar o valor em um novo prazo de 72 horas, que finalizou nesta terça-feira (03). “Eu não registrei a queixa por supostamente tudo estar resolvido. Acreditei no gerente-geral e no documento que ele assinou. Ontem, inclusive, ele voltou a me dar a palavra que o pagamento entraria hoje”, alegou o cliente.

Segundo a Polícia Civil informou no último dia 31 ao BNews, a empresa deveria comparecer à 6ª DT/Brotas nesta segunda-feira (02), onde prestaria uma queixa-crime, mas na data referida nenhum preposto compareceu a unidade policial.

Desconfiança

Todos as vítimas entrevistadas pelo BNews foram unânimes em afirmar que acreditam que há mais pessoas envolvidas no golpe, que podem até atuar na empresa, já que em todos os casos as motos entregues à concessionária foram levadas até o setor da oficina e de lá nunca foram removidas pelos seus proprietários.

Entretanto, a Motopema em seus comunicados à imprensa relatou estar ciente da situação “envolvendo uma ex-funcionária” apenas. A Polícia Civil foi questionada para saber se existem outras linhas de investigação que apontem a possibilidade de outros colaboradores da empresa estarem envolvidos e assim que houver um posicionamento essa matéria será atualizada.

A ex-funcionária

A antiga colaborada da Motopema Camila Bourgault, que tem sido acusada de ser a única responsável pelos golpes aplicados na concessionária tem uma página em uma rede social focada em negócios e empregos, onde afirma ser formada em gestão em marketing pela Unijorge e possuir conhecimento em rotinas de departamento pessoal. A ex-funcionária também se define como “comunicativa, dinâmica, ética, proativa e responsável”.

BNews