Após jornalistas realizarem uma greve de nove dias contra redução salarial, 15 profissionais foram demitidos pela TV Gazeta de Alagoas, afiliada da Rede Globo, e pela TV Mar. Os desligamentos, ocorridos na última quinta-feira (4), são um descumprimento da determinação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que garantiu a estabilidade dos trabalhadores envolvidos.

O Ministério Público do Trabalho de Alagoas, no entanto, determinou que as TVs revertam em, no máximo três dias, as demissões ilegais dos jornalistas. A reincorporação deve ocorrer até segunda-feira (8). Se não cumprirem a determinação, as emissoras estarão sujeitas a medidas administrativas e judiciais.

De acordo com o Uol, o TRT havia permitido que os contratados fizessem a paralisação por até 90 dias. Os jornalistas estavam revoltados com a redução do piso salarial em 40% em Alagoas.

As TVs Gazeta e Mar são do grupo Arnon de Mello, também responsável pelo site Gazetaweb e pelas notícias de Alagoas no portal G1. O grupo é de propriedade da família do senador Fernando Collor de Mello.

Com a greve, no final de junho, a TV Gazeta teve que levar ao ar uma reportagem do mês anterior sobra a campanha Maio Amarelo. Já o “Cidade Alerta Alagoas”, da TV Pajuçara, afiliada da Record TV, não foi exibido no dia 25 de junho. Colocou no lugar a programação nacional, sem explicar o motivo da mudança. No SBT, o repórter Wadson Correia aderiu à paralisação e protestou nas redes sociais.

Na última quarta-feira (3), o Tribunal Regional do Trabalho decidiu, por unanimidade, manter o piso salarial dos jornalistas e ainda conceder o reajuste de 3%. Com isso, o piso subiu de R$ 3.565,27 para R$ 3.672,22