Uma jovem de 23 anos morreu após apresentar manchas pelo corpo ao tomar medicação em um pronto socorro de Praia Grande, no litoral de São Paulo. Segundo a família, Oberleide Rosario de Jesus apresentava dores no corpo e febre e, após a piora do quadro, os médicos disseram que ela precisaria ser levada com urgência a uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A remoção, porém, não foi disponibilizada a tempo e ela não resistiu.

O corpo de Oberleide foi levado nesta sexta-feira (2) para a cidade de Fátima, na Bahia, onde mora sua família. O velório deve acontecer neste sábado (3). Segundo apurado pelo G1, a jovem se mudou para o litoral paulista há apenas cinco meses para morar com o esposo e buscar um emprego na região.

Em entrevista ao G1, a dona de casa Josefa llda dos Santos Oliveira, de 31 anos, cunhada de Oberleide, afirma que a família se revoltou ao saber que a morte foi registrada como ‘causa natural’. “Uma hora falavam que poderia ser dengue hemorrágica, outra hora falaram embolia. Quando saiu o laudo, disseram que foi morte natural. Como a família vai se conformar, se até um dia antes a menina estava bem, sem nenhum problema de saúde?”, questiona

O corpo foi encaminhado ao Serviço de Verificação de Óbito (SVO) na última quinta-feira (1º) para perícia, mas o resultado do exame só sairá em 15 dias. “A gente queria levar o corpo para o IML [Instituto Médico Legal] para ver se tinha como dar uma resposta mais clara, mas não teve como levar porque no laudo estava escrito morte natural. Eles disseram que não podia”, conta.

Jovem é natural da Bahia e se mudou recentemente para o litoral paulista — Foto: Arquivo Pessoal

Jovem é natural da Bahia e se mudou recentemente para o litoral paulista — Foto: Arquivo Pessoal

‘Queremos uma resposta’

Segundo Ilda, a jovem não tinha nenhum problema de saúde. Ela conta que Oberleide começou a sentir dores no corpo na terça-feira (30) à tarde e, no mesmo dia, no período da noite, foi levada ao Pronto Socorro Quietude. Ela foi liberada, mas, como continuou sentindo dores, retornou na quarta-feira (31) pela manhã.

Após tomar uma medicação, que a família não sabe dizer qual, Oberleide começou a reclamar de ainda mais dores. “Começou a aparecer umas manchas roxas no corpo dela. Ela estava sentindo muita coceira, falava que sentia muita queimação. Quando eu cheguei lá, por volta das 13h, ela estava conversando comigo, mas estava sentindo muitas dores, queimação no corpo”, diz.

“Na hora que eu cheguei lá o medico falou que o caso era grave e que ela precisava urgente de vaga na UTI. Chamamos até a polícia [para conseguir a vaga]”, explica. Ilda diz que a vaga foi disponibilizada por volta das 16h, mas nesse momento o médico teria dito que ela não tinha condições de ser encaminhada a outro hospital. “O médico disse que saiu a vaga, mas que ela estava muito fraca, com batimentos muito baixos”, conta.

Segundo a cunhada, Oberleide faleceu por volta das 16h40 de quarta-feira. “Não estamos acusando ninguém, mas a gente quer que seja investigado, queremos uma resposta”.

Posicionamento

Procurada pelo G1, a prefeitura de Praia Grande, por meio da Secretaria de Saúde Pública (Sesap), informou que o atendimento atendeu todas as diretrizes dos órgãos reguladores da área da saúde e que a causa do óbito está sendo investigada. “Caso seja constatada alguma irregularidade no atendimento prestado, a Sesap tomará as medidas cabíveis”, afirma, em nota.