Depois de enfrentar um processo de caducidade e uma disputa judicial para o pagamento de direitos trabalhistas, a Concessionária Salvador Norte (CSN) teve 60 ônibus apreendidos. A decisão judicial foi cumprida na noite desta segunda-feira (31), na garagem da empresa, no bairro de São Cristóvão. A CSN estava sob intervenção da Prefeitura de Salvador desde junho do ano passado e teve o contrato rescindido em março.

Em nota, a Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob) informou que a apreensão foi para atender pedidos de credores com quem a empresa tinha dívidas de financiamento e que a pendência é anterior a intervenção municipal, ou seja, foi realiza antes de a prefeitura assumir a gestão. O município vai recorrer.

“A operação de busca e apreensão ocorrida na noite da última segunda-feira na garagem da PMS, em São Cristóvão, se deu em razão de processo anterior à intervenção realizada pela Prefeitura, quando a empresa ainda era administrada pela Concessionária Salvador Norte. Não há, portanto, dívida da Prefeitura neste processo. A ação é referente a processo movido pelo Banco Mercedes em razão do não pagamento dos ônibus. A Procuradoria já havia sido acionada e irá adotar as medidas legais, uma vez que os ônibus estavam requisitados pelo município”, diz a nota.

Os oficiais de justiça estiveram na garagem, no bairro de São Cristóvão, na noite desta segunda, e cumpriram a ordem judicial. A empresa era responsável por operar os itinerários da Orla e as linhas da Estação Mussurunga, mas, desde junho de 2020, a operação do sistema estava sob a intervenção do Município. Em março deste ano, a prefeitura rescindiu o contrato da CSN e assumiu de vez o comando.

O relatório que investigou as contas da empresa revelou que ela tem uma dívida de meio bilhão de reais. São R$ 125 milhões em recisões e processos trabalhistas, R$ 154 milhões em tributos, R$ 172 milhões em dívidas com o Município, R$ 40 milhões com fornecedores, e R$ 25 milhões com os bancos.Total R$ 516 milhões em débito.

Para quem depende do transporte público a apreensão dos ônibus foi uma péssima notícia. A consultora de vendas Patrícia Azevedo, 28 anos, mora em Itapuã e trabalha no Cento, e faz uso do transporte público todos os dias. “Quase não tem mais ônibus na cidade, então, a situação vai ficar ainda pior. Espero que a prefeitura consiga reverter isso logo, porque quem sofre é a população”, disse.

O CORREIO ainda não conseguiu contato com representantes da CSN.

Jornal Correio da Bahia