Imagens que circulam nas redes sociais mostram o momento em que guardas municipais de Salvador agridem um homem durante uma abordagem na última terça-feira (3), na Avenida Paralela. O vídeo registra o cidadão filmando a operação com o celular, quando é surpreendido por um dos agentes, que tenta tomar o aparelho à força, desferindo um tapa. Outro guarda aparece logo em seguida, tentando imobilizá-lo por trás.

A Guarda Civil Municipal (GCM) divulgou nota alegando que o homem teria feito ameaças a um funcionário terceirizado e ofendido moralmente um agente. Segundo a corporação, ele também teria feito imagens do operador do guincho, levantando suspeitas de possível retaliação futura. O caso será investigado pela Corregedoria.

No entanto, a situação ganhou novos contornos com a publicação de um texto por um guarda municipal identificado como Carvalho, que defendeu a ação dos colegas. Segundo ele, o abordado é faccionado e responde por tráfico de drogas e homicídios. Carvalho afirmou:

> “Temos orgulho do colega que moralizou a situação e pôs o vagabundo no seu devido lugar. Ladrão tem que ter medo da polícia e não o contrário”.

A declaração dividiu opiniões nas redes. Para muitos, mesmo diante de um histórico criminal, **nada justifica agressões físicas por parte de agentes públicos**. “A polícia deve agir dentro da legalidade, com firmeza, mas também com respeito aos direitos civis”, pontuou um seguidor.

Especialistas em segurança pública alertam que o uso da força deve ser proporcional e controlado, sempre preservando a integridade física de todos os envolvidos. A existência de antecedentes criminais não pode servir como justificativa automática para agressões em abordagens.

A Corregedoria da GCM agora terá o desafio de apurar se houve excesso ou se a intervenção foi legítima diante das ameaças relatadas. O caso reacende o debate sobre o uso da força por agentes públicos, o direito à filmagem de operações e os limites entre autoridade e abuso.