Presidente da República empossado há menos de um mês, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sofreu seu primeiro pedido de impeachment. Quem protocolou a denúncia foi o deputado federal bolsonarista Ubiratan Sanderson (PL).

Sanderson alega que Lula cometeu crime de responsabilidade ao associar impeachment de Dilma Rousseff (PT) a golpe de Estado. Dilma foi derrubada do poder em 2016 após articulação encabeçada pelo então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (à época no MDB, hoje no PL). O vice de Lula, Michel Temer (MDB) assumiu o mandato até 2018, quando Jair Bolsonaro (PL) foi eleito.

O pedido de Sanderson fala da viagem de Lula à Argentina, quando o atual presidente se encontrou com Alberto Fernández, presidente argentino.

“Vocês sabem que depois de um momento auspicioso no Brasil, quando governamos de 2003 a 2016, houve um golpe de Estado”, disse Lula na noite de segunda-feira (23) na Argentina.

No Uruguai, Lula teve agenda com o presidente Luís Alberto Lacalle Pou e declarou que Michel Temer foi um dos responsáveis por “destruir” o legado social deixado pela gestão petista.

“Ao afirmar publicamente, em fala oficial, diante de autoridades estrangeiras, inclusive, como presidente do Brasil, que o impeachment de Dilma Rousseff foi um golpe de Estado, o atual presidente ataca, de forma raivosa, abjeta e contrária à verdade, a democracia brasileira”, argumenta o parlamentar no pedido.

“Trata-se de um discurso absolutamente mentiroso, falso em toda a sua extensão, que não pode ser aceito por este Parlamento”, complementa.

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