O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) devolverá o relógio de ouro, avaliado em R$ 60 mil, que ganhou de presente da marca Cartier em 2005. A decisão foi revelada pelo próprio mandatário em reunião com ministros, nesta quinta-feira (8).

O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu que o petista poderia permanecer com o item. O argumento usado pelos ministros foi que, como o acessório foi dado em 2005, não havia a regra do órgão sobre tornar presentes dados a chefes de Estado em patrimônio público.

De acordo com a coluna Igor Gadelha, do Metrópoles, Lula teria ficado irritado com a decisão do TCU, após saber que ela poderá ser usada para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro no inquérito que apura a venda ilegal de joias sauditas.

Lula apresentará ainda um recurso em relação ao parecer do TCU. Segundo o portal, Lula se sentiu usado pelo Tribunal, uma vez que a tese vencedora, que apontou não haver regras claras para definir o conceito de “bem de natureza personalíssima” e de alto valor de mercado, foi do ministro Jorge Oliveira, indicado por Bolsonaro em 2020.