O ex-jogador e treinador de futebol Franz Beckenbauer morreu aos 78 anos. A federação alemã do esporte confirmou a informação. Em comunicado, a família do ex-atleta disse que ele faleceu neste domingo, rodeado por parentes.

“É com profunda tristeza que anunciamos que meu marido e nosso pai, Franz Beckenbauer, faleceu pacificamente enquanto dormia ontem, domingo, cercado por sua família. A família pede que possam ‘sofrer em silêncio e abster-se de receber qualquer pergunta'”, disse a família, em comunicado.

Ex-líbero, zagueiro, volante, meia e técnico. O alemão Franz Beckenbauer foi um dos maiores defensores do futebol mundial em todos os tempos e marcou seu nome na história das Copas, inclusive como treinador. Apelidado como Kaiser (“Imperador”, em alemão), Beckenbauer protagonizou histórias incríveis nas três Copas que disputou como jogador, em 1966, 1970 e 1974, e nas duas que esteve como técnico, em 1986 e 1990. Pela Alemanha Ocidental, ele sagrou-se campeão jogando em casa, em 74, e também dirigindo seu país, em 90. Totalizando as cinco copas vividas, ele jamais ficou fora do pódio.

O time comandado por Franz Beckenbauer em 1990 chegou à Copa embalado pela queda do Muro de Berlim, em 1989. Em campo, levantou a taça em 1974 e, como treinador, viu a Alemanha empatar duas vezes durante o mundial realizado na Itália. Um deles, inclusive, levou a classificação à final a ser decidida nos pênaltis, contra a Inglaterra. Aquele time alemão teve aproveitamento de 80,5% e tirou a chance de Maradona ser campeão consecutivamente pela Argentina, já que vencera a Copa de 1986.

O alemão é também um dos três únicos no mundo do futebol que ergueram a taça da Copa do Mundo como jogador e, anos mais tarde, como jogador. Além de Beckenbauer, atingiram o feito o francês Didier Deschamps e o brasileiro Mário Jorge Lobo Zagallo, que morreu na última sexta-feira, aos 92 anos.

Beckenbauer estreou como jogador nos juniores do Bayern de Munique e se destacou na equipe. Oriundo do distrito de Giesing, ele conquistou quatro títulos de campeonatos nacionais e três Copas da Europa.

O jogador ficou conhecido pela leveza e pelos toques elegantes na bola. Ele foi aplaudido mundialmente por redefinir o papel de líbero em campo. Beckenbauer também atuou nos Estados Unidos, pelo Cosmos New York, onde dividiu equipe com Pelé.

Em 2016, promotores na Suíça abriram uma investigação contra ele e mais três pessoas referente à campanha alemã para sediar o Mundial de 2006. Como integrantes do comitê, ele foram acusados de fraude, gestão criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação indevida. Em linhas gerais, suspeita-se de que parte dos votos dos membros de comissões da Fifa que possibilitaram a escolha da Alemanha como sede tenham sido comprados. A residência em Salzburg foi alvo de uma operação de busca e apreensão. Beckenbauer sempre negou as alegações contra ele.

Além disso, o herói alemão chegou a ser banido da Fifa por 90 dias após supostamente se negar a colaborar com as investigações sobre compra de votos para as escolha das sedes dos mundiais de 2018 (Rússia) e 2022 (Qatar). A punição foi suspensa quando ele concordou com o inquérito.

O Globo