Duas pessoas deram entrada no Hospital Geral do Estado (HGE) após terem sido esfaqueadas durante uma briga ocorrida na noite deste sábado (11), no Vale da Muriçoca, na região da Federação. De acordo com o boletim de ocorrência do fato, o motivo da discussão foi a disputa por uma casa de herança.

As vítimas foram agredidas por uma suspeita identificada como Gleise Maria Santos da Silva, 41, que é acusada de ocupar indevidamente um imóvel. A confusão familiar começou quando Gleise abordou a prima, Lorena Santos dos Santos, 32, que alega ser dona da casa, localizada no Vale da Muriçoca.

Conforme relato de Lorena ao CORREIO, ela estava fazendo as unhas numa manicure próximo ao imóvel quando Gleise chegou com as três filhas. As mulheres começaram a discutir sobre a questão da herança, até que partiram para ofensas e agressão. Utilizando uma faca de serra, Gleise atacou Lorena, que foi ferida no seio esquerdo.

Vendo a situação, o marido de Lorena, Cláudio Luiz da Silva Carvalho, 50, que estava num bar em frente, chegou para apartar a briga e também foi machucado com faca por Gleise. Ele teve um ferimento leve no braço esquerdo. Em seguida, o casal foi socorrido num veículo Uber para a unidade hospitalar, onde Lorena precisou levar três pontos na lateral do seio. Ambos tiveram alta ainda na noite de sábado.

“Antes disso acontecer, ela já tinha me agredido verbalmente diversas vezes. Ela está dentro da casa que minha mãe deixou para mim e não quer sair”, contou Lorena.

De acordo com familiares, Gleise foi criada pela mãe de Lorena, mas já não morava mais na casa quando a idosa faleceu, há cinco anos. Atualmente, Lorena diz que mora de aluguel com o marido e dois filhos no Engenho Velho da Federação.

Ela conta que estava ajustando aos poucos a casa deixada pela mãe e já estava colocando piso quando soube que Gleise tinha ocupado o local. Segundo familiares das vítimas, a prima é usuária de drogas.

“Eu não pude nem pegar minhas coisas que já estavam na casa, tive que comprar tudo de novo. Ela fuma pedra, vive de rifa. Antes de minha mãe morrer, ela estava morando no Vale das Pedrinhas, mas parece que alguém tentou matar ela e ela fugiu”, relata a prima.

Segundo o irmão de Lorena, Luiz Álvaro Santos, a família já chegou a oferecer outras casas para Gleise, mas ela recusou.

“Não quero expulsar ela a força, mas ela precisa sair. Nós já oferecemos pagar aluguel, mas ela quer é criar intriga. Tem cinco anos que minha mãe faleceu e ela está criando problema na comunidade, dando desaforo para minha esposa”, disse.

Companheira de Luiz Álvaro, Patrícia Lopes diz que Gleise vem fazendo ameaças constantes à família e que a situação já foi registrada na 7ª Delegacia (Rio Vermelho). “Eu dei queixa porque ela dizia que ia me pegar, que minha casa ia cair. A gente não consegue sentar para conversa com ela porque ela fica dizendo que vai nos ‘bagaçar’”, relatou Lopes.

O imóvel em disputa fica embaixo da casa de Luiz Álvaro. Os parentes informaram ainda que situação da herança já está sendo tratada na justiça e que uma audiência foi feita no ano passado no Fórum Regional do Imbuí, mas a sentença ainda não foi dada.

Lorena disse que a prima segue morando na casa e que tanto ela quanto o marido farão exame de corpo de delito nesta segunda-feira (13). Ao CORREIO, a Polícia Militar informou que não foi acionada para atender a ocorrência. Procurada, a Polícia Civil disse que o caso será investigado pela delegacia da região.