Duas mulheres e uma adolescente foram assassinadas no bairro de Lobato, em Salvador, nesta quarta-feira (4). Os corpos foram encontrados recostados no muro do Colégio Estadual Raymundo Matta ao lado de um carro carbonizado, provavelmente usado para o crime.

As vítimas, Geisiane Santos Jesus, 24 anos, Joice Amorim dos Santos, 22, e Júlia Vitória Ramos, 16, trabalhavam passando rifas. A adolescente estaria grávida e era conhecida como Guêga. Todas foram encontradas com marcas de tiros, em sua maioria nos rostos.

Elas estavam em um prédio, em Santa Luzia do Lobato, onde moravam Geisiane e Joice, e foram retiradas do local por um grupo armado e executadas a poucos metros da casa de Júlia. Ainda não há identificação dos criminosos.Segundo moradores da região, Júlia mantinha um relacionamento com um traficante, que era procurado pelos assassinos.

O triplo homicídio é investigado pela Delegacia de Homicídio Múltiplos (DHM), uma divisão do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), sob o comando do delegado Odair Carneiro. Segundo a assessoria de comunicação da Polícia Civil, o delegado preferiu não dar detalhes sobre a investigação.

Em nota, a Polícia Militar informou quem “por volta das 4h, policiais militares foram acionados pelo Cicom para atender a uma ocorrência de triplo homicídio na rua da Península, no Lobato. No local, a guarnição encontrou três mulheres de 24, 22 e 16 anos mortas por disparos de arma de fogo. Na mesma localidade os policiais encontraram um veículo ônix com restrição de roubo, possivelmente utilizado no delito”, disse a nota.

A PM relatou ainda que o Corpo de Bombeiros compareceu para o controle do incêndio, em seguida a unidade isolou a área e acionou o Serviço de Investigação em Local de Crime (Silc) para remoção do corpo e realização de perícia.

Crime
Segundo moradores, as mulheres estavam em um prédio de três andares onde duas delas moravam. Era por volta das 3h quando os bandidos chegaram em dois veículos – um deles um GM Onix branco, carbonizado após o crime.

Os bandidos queriam o paradeiro do namorado de Júlia e em seguida levaram as mulheres para o muro do Colégio Estadual Raymundo Matta, na Segunda Travessa da Península, onde foram executadas – apesar de ninguém dar detalhes sobre a execução, alguns moradores relataram que ouviram disparos de tiros. No início da manhã, uma multidão se aglomerava no entorno dos corpos.

“Elas eram conhecidas daqui. Júlia, a Guêga, vendia rifa e morava com a mãe e a irmã mais velha no final da rua. A mãe está devastada. Ela é evangélica e não aceitava que a filha namorasse um traficante e que andasse com as outras duas, que também gostavam de se envolverem com bandidos”, conta um dos vizinhos, que preferiu não revelar o nome.

Ainda de acordo com a fonte, Júlia estaria grávida. “Ela havia contado para as amigas que estava de três meses gestação”, explica.

A mãe de Júlia é uma faxineira e acaba cedo para ir trabalhar. Na manhã de hoje, chegou a pôr o café de Júlia, mas não a encontrou em casa. “A mãe fazia esse ritual. Todos os dias, antes de sair cedo para trabalhar em casa de família, ela fazia o café das filhas e acordava uma a uma. Hoje, ela não encontrou a filha na cama, pois já estava morta”, disse.