“Só agradeço a Deus por estar viva. Não consigo dormir pensando no que aconteceu”. O desabafo é da comerciante Katia dos Santos Silva, de 27 anos, que teve a casa invadida e foi atacada, junto da filha de quatro anos, por dois cachorros da raça pitbull em Guarujá, no litoral de São Paulo.

De acordo com a comerciante, o caso aconteceu na Rua Araguaçu, no bairro Jardim Enseada. Katia explica que tem uma mercearia na frente de casa e atendia uma cliente no momento em que os cachorros invadiram o imóvel e foram em direção ao cômodo onde estavam os filhos dela.

Para Katia, o grito de susto da filha mais nova atraiu a atenção dos cachorros, que foram em direção a ela e o irmão, de seis anos. “Eles pularam com a intenção de morder o pescoço dela, mas pegaram o ombro e começaram a arrastar. Quando vi que eles entraram em casa, fui correndo, mas não deu tempo de fechar a porta”.

“Não pensei, só coloquei a mão na boca do cachorro e tirei a minha filha, e um cachorro avançou na minha mão e o outro na perna. Gritei muito, pedi por socorro e os vizinhos vieram ajudar. Foram quase 25 minutos até alguém conseguir tirar eles de mim”, conta a comerciante.

Com a ajuda de outros moradores, Katia conseguiu se livrar dos cachorros e impedir que eles atacassem as crianças, mas ela e a filha acabaram feridas e precisaram ser socorridas. “Minha filha foi mordida no braço, eu acabei mordida na perna, na mão. Foi um trauma muito grande para minha filha, ela ouve latido na rua e começa a gritar, e eu tenho que acalmar ela”.

Segundo Katia, os cachorros são de um vizinho que também possui outros cinco pitbulls. Ela conta que o tutor dos animais foi até a casa da comerciante quando soube do ataque. “Ele veio e se justificou dizendo que estava saindo de casa com um dos cachorros quando os outros dois escaparam”.

A vítima afirma, também, que a Polícia Militar chegou a ser acionada mas, como estava hospitalizada, não conseguiu prestar depoimento sobre o caso. “Só o dono dos cachorros falou com a polícia, me orientaram a ir na delegacia, mas não tenho condições financeiras e psicológicas de ficar saindo de casa”.

“Ele me ajudou com um dinheiro, mas preciso levar minha filha no médico, tomar vacina, não estou dando conta dos gastos. Antes de tudo, agradeço a Deus por estar viva, mas gostaria que o dono me ajudasse pelo menos com o transporte e com as medicações da minha filha, já que é o responsável pelos cachorros”, finaliza.

O G1 tentou contato com o tutor dos cachorros, no entanto, não obteve resposta até a última atualização desta matéria.

PORTAL SBN