De acordo com levantamento feito pela agência climática da União Europeia, Copernicus, o planeta registrou recorde de calor pelo nono mês consecutivo. A média global da temperatura do ar em fevereiro foi de 13,54°C, representando um aumento de 0,81°C em relação ao período de 1991 a 2020 e 0,12°C acima do recorde anterior, registrado em 2016.
“O clima responde às concentrações atuais de gases de efeito estufa pelo que, a menos que consigamos estabilizá-las, enfrentaremos inevitavelmente novos recordes de temperatura global e suas consequências”, alertou o diretor da Copernicus, Carlo Buontempo.
O episódio histórico mais recente dessa onda de calor impulsionada pelas mudanças climáticas inclui temperaturas da superfície do mar que não foram apenas as mais altas do mês de fevereiro, mas eclipsaram qualquer mês registrado, superando o recorde estabelecido em agosto de 2023. O último mês que não estabeleceu um recorde mensal de alta temperatura foi maio de 2023, que ficou em terceiro lugar, atrás de 2020 e 2016.
Climatologistas apontam que, além das mudanças climáticas, o fenômeno natural El Niño, um aquecimento do Pacífico central, também contribui para o avanço do calor. “Dado o forte impacto do El Niño a partir de meados de 2023, não é surpreendente ver temperaturas globais acima do normal, já que o El Niño leva o calor do oceano para a atmosfera, elevando as temperaturas do ar. Mas a quantidade de recordes que foram quebrados é alarmante”, avalia a climatologista Jennifer Francis, do Woodwell Climate Research Center.
Jornal Correio