Mais dois carros das vítimas da chacina ocorrida na comunidade Paz e Vida, no Jardim Santo Inácio, em Salvador, foram localizados pela Polícia Militar nesta sexta-feira (13/12). A informação foi confirmada ao site por agentes da 48ª Companhia Independente (CIPM/Sussuarana).

Já são contabilizados quatro veículos recuperados, quatro homens mortos e um sobrevivente. Isso reforça a suspeita que todos sejam motoristas por aplicativo. Um dos automóveis localizados, modelo Uno, foi apreendido na BA-526 (CIA-Aeroporto). Os criminosos que estavam a bordo dele acabaram colidindo com outro veículo no pedágio próximo ao Centro de Abastecimento de Salvador (Ceasa) de Simões Filho e roubaram outro carro na fuga.

A Polícia Militar já sabe que o Uno pertence a Celso Pereira dos Santos. Morador do bairro de Cosme de Farias, ele trabalhava como motorista de aplicativo e estava desaparecido. O rapaz é um dos mortos, segundo as investigações. O outro carro achado pela tarde é um Cobalt e ainda não se sabe se o dono é Sávio da Silva ou Alisson Silva Nascimento Santos. O Cobalt estava próximo ao local onde os corpos foram deixados.

Além do Cobalt e do Uno, foram achados ainda um Sandero, do sobrevivente Nivaldo Santos Vieira, além de um HB20, que pertence a Daniel Santos Silva. Agora, a Polícia Civil quer saber se falta um quinto carro ser descoberto.

hb20

CASO

Os corpos só foram localizados após Nivaldo conseguir escapar dos bandidos e chamar a Polícia Militar, por volta das 6h. As investigações estão sendo feitas pela Delegacia de Homicídios Múltiplos, que tem como titular o delegado Odair Carneiro. Suspeita-se que os homens tenham sido atraídos por duas travestis que solicitaram corridas. Durante a viagem, os trabalhadores teriam sido abordados e levados para um barraco.

O imóvel é pequeno. Pela manhã, várias gotas de sangue foram encontradas no local, o que reforça a tese que todos tenham sido torturados, executados e colocados em sacos. Os corpos dos rapazes foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) de Salvador. Uma operação, com apoio do Grupamento Aéreo da Polícia Militar, foi desencadeada para localizar os bandidos, mas até a publicação desta reportagem não tinham sido localizados.

A motivação para tamanha brutalidade ainda é um mistério. Durante a tarde, motoristas por aplicativo fizeram uma carreata pelas ruas de Salvador até a sede da Polícia Civil, na Piedade. O objetivo era cobrar mais segurança e celeridade nas apurações policiais.