Quem mora no bairro de Cajazeiras, em Salvador, recebeu o vídeo de um lobisomem e, com ele, uma ocorrência supostamente escrita por agentes da 3ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM). De acordo com o texto, batizado de “apreensão de animal de natureza folclórica”, o bicho teria sido localizado na Estrada do Coqueiro, Fazenda Grande 3. A situação, claro, é falsa, mas movimentou as redes sociais.
O que chamou a atenção na “Fake News” foi a maneira utilizada para informar a ocorrência, com direito a todos os termos técnicos de um policial militar. Por conta da descrição da situação, que sustenta que a guarnição foi informada pelo Centro Integrado de Comunicação das Polícias (Cicom) sobre um animal que estava ameaçando pedestres, a 3ª CIPM foi obrigada a desmentir o fato no Instagram.
“A ASCOM [assessoria] da 3ª CIPM/Cajazeiras, vem por meio desta esclarecer que o vídeo que circula acompanhado de uma mensagem no aplicativo multiplataforma de mensagens instantâneas (WhatsApp) trata-se de FAKE NEWS e faz parte do trecho do filme “Pampa Feroz”, do diretor catarinense Petter Baiestorf, que compõe o longa colaborativo “As Fábulas Negras”, só com causos trash do folclore nacional”, esclareceu.
OUTRO CASO
Não é a primeira vez que uma brincadeira parecida vira caso de polícia. Em Itaparica, na Região Metropolitana de Salvador, alguns moradores acreditaram que um lobisomem estava na região após vídeos serem disseminados pelo WhatsApp. A repercussão foi tanta que o titular da 24ª Delegacia Territorial (DT/Vera Cruz), Ricardo Amorim, também resolveu se pronunciar sobre a situação.
Segundo ele, a Polícia Civil recebeu mensagens, questionando a veracidade das informações sobre o suposto “homem-macaco” ou “lobisomem”. Por isso, foi necessário apurar uma “possível contravenção de ‘provocação de alarma anunciando perigo inexistente'”, da Lei de Contravenções Penais.
Em publicação feita em seu perfil no Instagram, o delegado afirma que a solução do mistério é muito simples. “Ao final, após buscar informações e finalmente localizar o criador da imagem, concluí que em verdade a imagem foi criada com o filtro de um aplicativo que insere um lobisomem na foto”.
