O Partido dos Trabalhadores tomou uma decisão sobre a presença da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) na campanha ao Palácio do Planalto do também ex-presidente Lula (PT).

Dilma, que chegou a participar de um ato a favor do candidato à Presidência da República, no Vale do Anhagabaú, em São Paulo, no último dia 20 e, na ocasião, recebeu afagos do público e do próprio Lula deve, no entanto, ter um papel de menor destaque até o fim da campanha.

Segundo o jornal O Globo, um aliado apontou que o convite para o comício foi uma tentativa de rebater as críticas de que a campanha petista esconde Dilma. Ao levar a ex-presidente, Lula enterraria o argumento ainda no início da campanha e poderia virar a página sobre o assunto.

Não era previsto que a ex-presidente discursasse. Sua fala de improviso foi incentivada por lideranças petistas que também estavam no palanque. Em menos de cinco minutos, Dilma se emocionou com o apoio do público, elogiou o antecessor e disse se orgulhar por ter sido ministra da Casa Civil em seu governo.

Em entrevista ao Jornal Nacional, na última quinta-feira (25), Lula delimitou as diferenças entre o governo dele e o de sucessora, chegou a criticar medidas tomadas por ela e se eximiu de responsabilidades sobre a gestão da correligionária. É esse o tom que ele deve adotar daqui por diante quando for confrontado com o desempenho econômico de Dilma.

Alguns aliados enxergam salto alto no gesto em favor de Dilma. Segundo essa análise, pela posição dele nas pesquisas, Lula se viu à vontade para exaltar a sucessora, mas isso pode lhe trazer desgaste.

Por isso, não há planos, também de acordo com O Globo, de levá-la a novos comícios nem ao horário eleitoral. O enfoque da propaganda, que buscará fazer comparações com a situação do país sob o presidente Jair Bolsonaro (PL), serão os números dos anos Lula.