Salvador pode enfrentar uma nova paralisação de ônibus no início da próxima semana. A última vez que a categoria tomou essa medida foi em maio do último mês, quando os ônibus paralisaram por 24h na capital baiana.

Vereador de Salvador e dirigente do Sindicato dos Rodoviários, Tiago Ferreira (PT) revelou sobre a possibilidade em entrevista exclusiva para o BNews. Ele alega que não consegue diálogo com a prefeitura para tratar com arestas da campanha salarial da categoria.

Entre as reivindicações, está a resolução da venda de terrenos do antigo Consórcio Salvador Norte (CSN) para bancar as dívidas trabalhistas e rescisões de funcionários que foram demitidos com a extinção do consórcio.

Dois imóveis localizados no bairro Granjas Rurais Presidente Vargas, em Salvador, serão leiloados por decisão da 5ª Região do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-5). Os terrenos possuem área total de 12.277m² e pertencem ao grupo Transportes Urbanos SPE (CSN).

De acordo com a Coordenadoria de Execução e Expropriação (CEE) do TRT-5, os terrenos são contíguos, possuem diversas benfeitorias e área construída. O edital os consideram como um único bem comercial. O valor de lance mínimo foi fixado em R$13.420.000 (treze milhões, quatrocentos e vinte mil reais), que corresponde a 100% do valor da avaliação.

“Tenho duas semanas tentando falar com o prefeito Bruno Reis, sem sucesso. Ele parece que só se movimenta quando esse tipo de atitude. É preciso que a prefeitura tome a frente desse processo para resolver os vários problemas da categoria”, afirmou.

O vereador alega que vai seguir em contato com o prefeito durante o final de semana para evitar a paralisação. Além da questão da venda dos terrenos do CSN, a categoria cobra a doação de cestas básicas para os rodoviários e o aluguel de antigas garagens dos consórcios para garantir linhas de empréstimo para os trabalhadores.

A expectativa, segundo Tiago Ferreira, é que a paralisação aconteça nas primeiras horas de segunda (18) para terça-feira (19). Ainda não foi definido o modelo em que irá acontecer: “isso é algo a se conversar. Não está definido se vai paralisar em terminais, garagens, nem mesmo o horário. Mas o fato é que precisamos chamar atenção de quem está com a caneta na mão”, afirmou.