Substâncias químicas tóxicas encontradas em fragrâncias de esmaltes e xampus podem aumentar o risco de mulheres desenvolverem diabetes tipo 2. É o que sugere um novo estudo publicado no Journal of Clinical Endocrinology e Metabolism na última quarta-feira (8/2).

Para realizar a pesquisa, os cientistas da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, analisaram informações de 1,3 mil mulheres norte-americanas que participaram de uma pesquisa anterior. No estudo antigo, as participantes foram monitoradas durante seis anos e nenhuma delas possuía diabetes. Foram coletadas amostras de urina no início do levantamento para testar a presença de ftalatos – um composto químico capaz de transformar plásticos rígidos em maleáveis, comumente encontrado em cosméticos.

Foram encontrados 11 tipos de ftalatos, incluindo alguns de baixo peso molecular comumente usados ​​em produtos de higiene pessoal, como fragrâncias, esmaltes e alguns produtos de higiene feminina. Eles também observaram a presença do composto Di-2-etilhexil, frequentemente encontrados em embalagens plásticas de alimentos e alguns brinquedos infantis.

Com a análise ajustada para fatores como demografia, estilo de vida e outras condições de saúde, os cientistas descobriram que 61 (cerca de 5%) das mulheres desenvolveram diabetes tipo 2 ao final do estudo.

De acordo com os pesquisadores, esses produtos químicos tóxicos podem causar a doença devido à sua capacidade de interromper os hormônios insulina e glucagon, responsáveis por regular o açúcar no sangue, e desencadear a resistência à insulina nas células. Além disso, eles podem penetrar na pele e causar danos ao fígado, rins, pulmões e outros órgãos.

No entanto, os cientistas explicam que outros fatores como obesidade, dieta e privação de sono também podem influenciar no desenvolvimento da diabetes — por isso, eles defendem a necessidade de aprofundar os estudos sobre o assunto.

“Nossa pesquisa é um passo na direção certa para entender melhor o efeito dos ftalatos em doenças metabólicas, porém mais investigações são necessárias”, finalizam os responsáveis pelo levantamento.

Metrópoles