A tarifa do ônibus em Salvador aumentou dos R$ 3,70 para os atuais R$ 4. Entretanto, a melhoria esperada não aconteceu. Do contrário, veículos seguem apresentando problemas estruturais que denunciam falta de manutenção e as reclamações dos usuários são constantes. Além, os rodoviários estão em eminência de greve por não terem o pedido de reajuste salarial atendido.

Este último aumento da tarifa, para R$ 4, foi de mais de 8%. Mais na última segunda-feira de abril e na primeira sexta-feira de maio duas portas de ônibus se soltaram e uma mulher chegou a ser atingida precisando ser encaminhada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da San Martin. Nas redes sociais, usuários denunciam outros problemas:

O aumento da tarifa poderia ser ainda pior se a Prefeitura não diminuísse a carga tributária das empresas de ônibus, porém, a sobra no caixa dos empresários também não resultou no aumento do salário dos rodoviários, que estão em estado de greve e devem paralisar as atividades nesta quarta-feira. Entre outras solicitações, a categoria pede 8% de reajuste salarial, mas empresários oferecem 3,3%. Um dos diretores do sindicato dos rodoviários da Bahia, Daniel Mota, lembra ainda que ônibus queimados não são repostos:

“Nós já informamos isso há muito tempo. Uma boa parte dos ônibus estão sucateados por descaso do poder público. A gente que pega o primeiro e o último passageiro. A gente que sabe como está o ônibus. Se a greve acontecer a culpa não é nossa. Esse problema foi apontado. Além de tudo isso em quatro meses foram três ônibus queimados no meio da rua. Além do pânico, esses ônibus não foram repostos”.

Foto: Varela Notícias

Questionada, a Secretaria de Mobilidade (Semob) afirmou que não tem nenhuma responsabilidade sobre os recursos arrecadados com o transporte público da Cidade.

Em nota, a Integra afirmou que os procedimentos referentes ao aumento da tarifa estão registrados no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado entre Prefeitura e empresa, sob intermediação do Ministério Público do Estado da Bahia: “Os cálculos se baseiam em planilha elaborada por empresas de consultoria. A renovação da frota faz parte do acordo”, afirmou a empresa, que não deu detalhes sobre a porcentagem da tarifa destinada à manutenção e pagamento de pessoal. Enquanto isso, a população continua sofrendo com a má conservação dos veículos.