O avião da Voepass Linhas Aéreas, que caiu na tarde desta sexta-feira (9), na cidade de Vinhedo, no interior do estado de São Paulo, cabiam 68 pessoas, mas haviam 62 no momento em que aconteceu o acidente, sendo 58 passageiros e quatro tripulantes. Não houveram sobreviventes na queda.

O acidente foi o quinto mais letal em solo brasileiro e o mais grave no Brasil desde a queda do voo do Airbus da Air France no Atlântico, em que morreram 228 pessoas que haviam saído do Rio rumo a Paris.

Entre as vítimas do acidente desta sexta, estavam um pai e uma filha de 3 anos; uma jovem que iria para os EUA comemorar o aniversário de 31 anos; e nove pessoas ligadas a uma universidade federal do Paraná, entre outros.

A aeronave, modelo ATR-72, havia saído da cidade de Cascavel, no Paraná, com destino ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. O modelo de avião tinha 10 anos de uso e estava em situação regular.

Documento da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mostra que ela foi fabricado em 2010 pela empresa franco-italiana Avions de Transport Régional (ATR) e estava arrendado para a Voepass desde 2022.

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) e a Polícia Federal investigam as causas do desastre. Gravadores de voz e dados da aeronave já foram encontrados. Eles compõem a chamada ‘caixa-preta’, que ainda será averiguada pelo Cenipa no laboratório em Brasília.

Informações preliminares, mas ainda imprecisas, apontam que a formação de gelo nas asas da aeronave é uma linha forte de investigação dos militares. Isto causa distorção na aerodinâmica da asa, além de impor um excessivo aumento de peso, o que provoca a perda da sustentação e queda, disse uma fonte no órgão.

Por meio de nota, a Voepass Linhas Aéreas informou que todos os sistemas da aeronave modelo ATR-72 estavam em funcionamento no momento da decolagem. A empresa vai enviar ao órgão o histórico de inspeção continuada da aeronave, o que pode ajudar na investigação.


“O voo ocorreu dentro da normalidade até as 13h20. No entanto, a partir das 13h21 a aeronave não respondeu às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo, bem como não declarou emergência ou reportou estar sob condições meteorológicas adversas. A perda do contato radar ocorreu às 13h22”, diz a nota da Força Aérea Brasileira (FAB). 

Piloto

Comandante do Voo 2283 da Voepass, Danilo Santos Romano tinha apenas 35 anos e começou a carreira como co-piloto da Avianca. Com a quebra da empresa, ele chegou a ir ao exterior e trabalhou em uma empresa do Cazaquistão, a Air Astana.

Danilo estava na Voepass há um ano e dez meses. Entrou como co-piloto e foi promovido a comandante em julho do ano passado.